Imperialismo

Estados Unidos, Reino Unido e França atacam Síria

Segundo Trump, o bombardeio mira instalações de armas químicas da Síria, que nega ter usado esse tipo de armas em ataque

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Wikicommons

Ataques aéreos contra alvos do governo do presidente Bashar al Assad na Síria foram promovidos na noite da última sexta-feira (13). O anúncio da ofensiva foi feito pelo mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump.

O bombardeio está acontecendo neste momento e é realizado em parceria com as Forças Armadas da França e do Reino Unido, que ao longo da última semana se juntaram desde o primeiro momento às acusações contra Assad. Explosões já foram registradas na capital Damasco.

A operação é uma resposta ao ataque químico ocorrido no último sábado (7) em Duma, na região de Ghouta Oriental, e que é atribuído pelos rebeldes ao regime. O governo sírio e a Rússia, sua principal aliada, negam o uso de armas tóxicas.

Segundo Trump, o bombardeio mira as instalações de armas químicas de Assad. "Esse massacre marca uma significativa escalada no padrão de armas químicas usadas por esse terrível regime. Esse ataque maligno deixou mães e pais, bebês e crianças debatendo em dor e ofegando por ar. Essas não são ações de um homem, são crimes de um monstro", disse o presidente em pronunciamento na Casa Branca.

O republicano também criticou a Rússia e o Irã, fiadores de Assad no poder, e afirmou que as nações devem ser julgadas "pelos amigos que elas mantêm". Em seguida, Trump elogiou países "amigos", como os Emirados Árabes e a Arábia Saudita, que financia rebeldes na Síria, incluindo o grupo radical Jaysh al Islam, e patrocina a guerra no Iêmen.

"A Rússia precisa decidir se vai continuar por esse caminho escuro ou se se juntará às nações civilizadas como uma força de estabilidade e paz. Talvez um dia nós estaremos juntos com a Rússia e até com o Irã, ou talvez não", declarou.

Duma

O ataque em Duma deixou entre 70 e 100 mortos e foi denunciado pelos White Helmets (Capacetes Brancos), ONG de defesa civil que atua em áreas controladas pelos rebeldes. A cidade, situada às portas de Damasco, era um dos últimos focos de resistência em Ghouta Oriental.

A ação ocorreu no momento em que Assad estava perto de retomar o controle total da região e após uma série de vitórias na guerra civil síria, inclusive contra o Estado Islâmico. Em 2013, a mesma região teria sido palco de outro ataque com armas químicas, num momento em que o regime colecionava derrotas para a oposição.

Depois dessa ação, Assad se comprometeu a entregar seu arsenal tóxico para a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), vencedora do Nobel da Paz em 2013.

Em abril de 2017 o regime foi acusado novamente de usar armamentos químicos, desta vez na província de Idlib, o que fez os Estados Unidos bombardearem a base militar de Shayrat com 58 mísseis. A operação teve pouco impacto na guerra e não impediu as vitórias subsequentes de Assad.

Cenário interno

A sexta-feira foi recheada de notícias negativas para Trump, a começar pela revelação de trechos do livro do ex-diretor do FBI James Comey, demitido no ano passado. Na obra, Comey compara o republicano a um "mafioso" e o acusa de ser "movido pelo ego".

Embora não revele nenhuma conduta ilegal, o livro repercutiu na imprensa norte-americana, que tratou sobre esse assunto durante todo o dia. Além disso, Trump viu seu advogado pessoal, Michael Cohen, virar alvo de um inquérito do FBI, que apreendeu documentos em seu escritório em Manhattan.

Cohen admitiu ter dado US$ 130 mil a uma atriz pornô para silenciá-la sobre um caso extraconjugal com o magnata, no que pode ser entendido como contribuição ilegal de campanha. O pagamento ocorreu em 2016, às vésperas das eleições presidenciais.

*Com informações de agências de notícias.

Edição: Vivian Fernandes