Dezenas de artistas se uniram em São Paulo (SP) nesta quinta-feira (11) para pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde o dia 7 de abril, e a apuração da morte da vereadora Marielle Franco, cujo assassinato completa um mês no próximo sábado (14).
Estiveram presentes os cantores Chico César e Fernando Anitelli; a cantora Bia Ferreira; as bandas Bixiga 70, Francisco El Hombre, As Bahias e a Cozinha Mineira; além de integrantes da banda Aláfia, entre outros.
Segundo a organização, cerca de 10 mil pessoas acompanharam o evento Lula Livre, Marielle Vive na Praça da República, centro da capital paulista.
Além de canções autorais, os artistas também interpretaram as músicas da playlist feita pelo ex-presidente no último sábado (7) para a missa em homenagem a Maria Letícia no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo — local do último pronunciamento de Lula antes da prisão.
O ato cultural começou por volta das 18h com Junio Barreto interpretando Juízo Final, música composta por Nelson Cavaquinho. Logo após, Chico César animou o público no palco montado na Praça da República com o sucesso "Mama África".
O cantor aposta no crescimento da mobilização pela liberdade de Lula e também por justiça a Marielle. "Isso vai virar algo grande, incontrolável e potente", declarou. "Vários atos estão acontecendo no país inteiro, no mundo inteiro protestando contra a injustiça que foi essa morte de Marielle e também a prisão de Lula. Acho que, quem cometeu esses crimes, contra a democracia não imaginava que haveria uma reação tão grande, tão espontânea."
A cantora Bia Ferreira cantou uma música autoral em que denuncia o genocídio da população negra no país. "[Esse ato] é importante porque várias mulheres pretas estão sendo mortas para falar o que eu vim falar aqui hoje. Eu acho que, quando assumo a responsabilidade de vir de todas as minhas que morreram, pelas que ainda estão vivas lutando e pelas que ainda virão", afirmou a jovem cantora.
Russo Passapusso, vocalista da banda BaianaSystem, não estava na relação de cantores que se apresentaram, mas marcou presença no protesto. De acordo com ele, a classe artística também tem que se mobilizar porque também tem sido impactada pelos retrocessos da política.
"A cultura também está sofrendo uma grande perseguição e é nesse contexto que a gente tem que se juntar e fazer manifestações", disse o cantor baiano.
Antes do início dos shows, militantes de movimentos populares e sindicalistas marcharam por 2 quilômetros da Praça da Sé até a Praça da República para assistir aos shows pela democracia.
Edição: Diego Sartorato