Nove governadores e três senadores foram impedidos de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra na condição de preso político desde sábado, dia 7, na sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), por conta de um mandado de prisão emitido pelo juiz de primeira instância Sergio Moro.
A delegação que foi até Curitiba, na tarde desta terça-feira (10), era formada pelos governadores: Waldez Góes (PDT-AP), Tião Viana (PT-AC), Renan Filho (MDB-AL), Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PCdoB-MA), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Wellington Dias (PT-PI), Paulo Câmara (PSB-PE) e Rui Costa (PT-BA); e pelo senadores Gleisi Roffmann (PT-PR), Lindbergh Faria (PT-RJ) e Roberto Requião (MDB-PR).
Os políticos queriam ver Lula na condição de amigos, como é permitido pela lei de execução penal. Porém, a visita foi vetada e eles só puderam deixar uma carta que seria entregue depois ao ex-presidente. No documento, o grupo relatou a Lula que 'milhões de brasileiros e brasileiras estão solidários e sendo a sua voz por um Brasil justo, democrático, soberano e livre'.
Em uma coletiva de imprensa no acampamento Lula Livre, organizado por movimentos populares e entidades de classe na frente da sede da PF, os nove governadores e os três senadores falaram sobre as arbitrariedades do caso e reiteraram sua solidariedade ao ex-presidente da República.
"O que está em curso não é o julgamento judicial do ex presidente república, o que está em curso é uma interferência política partidária nas eleições de 2018, interferência de algo que não tem absolutamente nenhuma prova. Depois de anos revirando as contas, os e-mails, colchões e gavetas, não se achou se quer um guardanapo escrito que aquele apartamento seria do ex-presidente", disse Rui Costa, governador da Bahia.
O governador do Ceará, Camilo Santana, relembrou as realizações do governo Lula na região. "Ele tirou dezenas de milhões de pessoas da pobreza", disse.
Waldez Góes, governador do Amapá, fez questão de registrar o descontamento do grupo por terem sido barrados pela Polícia Federal. "Viemos para demonstrar nossa posição de amigos, na condição de solidariedade ao amigo Lula. Somos amigos antes de sermos governadores. Nossa manifestação na condição de amigos foi negada", afirmou.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, que é ex-juiz federal, parabenizou os manifestantes que estão acampados desde sábado e aproveitou para comentar as irregularidades do processo contra Lula. "Vocês do acampamento são o povo brasileiro, agradeço a todos a presença de vocês. Viemos aqui parar fazer visita ao ex presidente. Fui juiz federal por 12 anos e nunca tinha visto um processo judicial tão absurdo como esse processo que indevidamente conduziu a prisão de Lula", disse.
Veja a carta que os governadores e senadores deixaram para Lula:
Edição: Juca Guimarães