Greve

Professores são agredidos pela PM durante manifestação em Igarapé (MG)

Ato fez parte de mobilização que cobra o piso salarial. Educadores foram recebidos com bombas e balas de borracha

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG). |

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Professora aposentada levou uma gravata da Polícia Militar
Professora aposentada levou uma gravata da Polícia Militar - Gilson Carvalho/Sind-UTE/MG

Trabalhadores da educação foram recebidos com tiros de borracha durante uma manifestação realizada na manhã desta quinta-feira (28), em Igarapé, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Apoiados pela subsede Betim do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), os educadores realizavam o trancamento da BR 381. Eles declaram que, sem qualquer tentativa de diálogo e sem perguntar quais eram as reivindicações dos profissionais, a Polícia Militar chegou ao ato jogando bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e atirando. Quatro professores ficaram feridos, um deles gravemente e foi levado ao hospital. Veja o vídeo.

"Fomos atacados pela PM apenas porque tentamos dialogar com a sociedade sobre os motivos da greve, que em Igarapé atinge 100% das escolas estaduais. Não há motivo para que a polícia nos trate assim, com tamanha força e intolerância. Aqui, a maioria são mulheres e pessoas idosas", declarou o diretor estadual do Sind-UTE MG, Luiz Fernando de Souza.

Abuso policial

Um dos manifestantes machucados formalizou denúncia contra a violência na Secretaria de Estado Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (SEDPAC-MG). Ele foi encaminhado para a Polícia Civil para efetuar o boletim de ocorrência e para o exame de corpo de delito. O caso será investigado pela ouvidoria e monitorado pela secretaria. 

A pedido do Sind-UTE MG, o deputado estadual Rogério Correia (PT) apresentou um requerimento solicitando uma audiência pública sobre a truculência na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Greve

O protesto era uma das ações da greve dos professores estaduais, que acontece desde o dia 8 de março e reivindica que o Governo de Minas cumpra o acordo assinado com a categoria em 2015. Entre outras coisas, o documento promete o pagamento do piso salarial, atualmente de R$ 2.455,35.

Edição: Joana Tavares