Na cidade de Catalão, região sudeste de Goiás, movimentos populares ocuparam, na manhã desta sexta-feira (23), a ferrovia utilizada pela mineradora chinesa CMOC e pela estadunidense Mosaic Fertilizantes, impedindo a circulação do trem de carga de fosfato e nióbio.
A ação foi organizada pelo Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pelo Movimento Camponês Popular (MCP).
Os movimentos denunciam que a cidade vem sofrendo um colapso social em várias áreas por conta da mineração. Falta de água, poluição do ar e o aumento de casos de câncer são apenas alguns dos problemas que estão afetando o povo catalano.
Segundo estudos da Universidade Federal de Goiás (UFG), por conta da mineração, o lençol freático tem sido rebaixado em razão do uso indiscriminado de água pelas empresas. No campo, as propriedades rurais têm vivido constantemente com a problemática da deterioração do solo, da seca de suas nascentes, riachos e fontes hídricas que acarretam a impossibilidade da agricultura e a morte de animais. Isso sem mencionar o risco de transbordo de barragem de rejeitos das mineradoras.
Na cidade, a poluição do ar passou a ser chamada de “cheiro de barata”. Josefina da Silva, moradora da zona rural de Catalão, denuncia que “ficamos sem água, com as doenças que vem desse cheiro de barata e eles ficam com nosso dinheiro vendendo os minérios para fora do país”.
O Brasil de Fato tentou entrar em contato com as mineradores locais, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria.
Edição: Thalles Gomes