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EMPREGO

Rio de Janeiro é o segundo estado com maior número de desempregados

O estado do Rio soma 1,2 milhões de pessoas sem emprego, segundo o IBGE

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Mais de 12,7 milhões de pessoas estão sem emprego no Brasil
Mais de 12,7 milhões de pessoas estão sem emprego no Brasil - Foto: Agência Brasil

O último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresentado no final de fevereiro apontou que o índice de desemprego no Brasil atingiu 12,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2018. Isso significa que 12,7 milhões de pessoas estão sem emprego no Brasil. De acordo com o estudo, a população ocupada aumentou em mais de 1,8 milhões em relação a janeiro do ano passado devido ao crescimento do trabalho informal. 

O resultado da pesquisa já é um reflexo da reforma trabalhista que reduziu as vagas de empregos formais, de acordo com avaliação do técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) Cloviomar Cararine. 

“Já começamos a perceber um movimento de troca de trabalhadores do mercado formal para o informal. A gente já esperava isso com a reforma porque ela estimula a contratação de postos de trabalho de forma informal, sem as garantias da carteira assinada, sem os benefícios e também sem a segurança do emprego [celetista]”, destaca o economista. 

Por sua vez, o Rio de Janeiro não apresentou bons resultados no levantamento do IBGE. O estado teve o segundo maior número de desempregados, passando de 494 mil em 2014, para 1,2 milhões de pessoas sem trabalho em 2017. Os números deixaram o Rio atrás apenas de Santa Catarina. 

Cararine aponta que uma das principais causas para o crescimento do índice de desemprego no Rio de Janeiro está no fato do estado ter uma grande dependência da indústria do petróleo. O economista afirma também que a redução de investimentos do governo federal com o fim da Copa do Mundo de futebol e Olimpíadas também tiveram forte influência na redução da quantidade de novos postos de trabalho.  

“A gente já esperava no Rio essa queda grande e talvez isso permaneça por um período ainda porque a economia do Rio só volta a crescer se os investimentos da Petrobras voltarem a acontecer. Agora, o investimento da Petrobras não tem efeito só no emprego direto na cadeia  do petróleo. Isso impacta também outros setores que dependem da economia do Rio, como, por exemplo, as finanças públicas,” afirma. 

De acordo com o economista Cloviomar Cararine, é fundamental que o estado do Rio de Janeiro invista os recursos do petróleo em outros setores da economia que possam promover rentabilidade no futuro, tendo em vista que o petróleo é finito. Cararine ressalta a indústria naval como uma boa alternativa, pois é um setor versátil que não necessita estar atrelado a cadeia do petróleo. 

Edição: Mariana Pitasse