Mulheres de todos os cantos da cidade foram às ruas do Centro do Rio para defender direitos, a democracia e dizer não à intervenção militar. Essas foram as principais pautas do ato do 8 de março unificado que começou às 16h na praça da Candelária. A organização estima que cerca de 5 mil pessoas participaram da atividade.
"O dia de hoje foi um dia grandioso da luta das mulheres em defesa da democracia. Por todo o Brasil nós construímos essa luta de forma unitária", destacou Luma Vitório, do Levante Popular da Juventude e da Frente Brasil Popular. "Ainda que tenha sido difícil em vários momentos, nós sabemos que a unidade é bandeira da esperança para o nosso país, para que de fato a gente consiga sair desse processo de golpe de forma vitoriosa e que as mulheres sejam de fato o fogo no pavio na defesa do nosso país", acrescentou.
A manifestação saiu em cortejo por volta das 18h e foi até a Praça Quinze sob forte chuva que caiu por todo o dia no Rio. Mesmo assim, elas não desistiram. A animação ficou por conta da bateria unificada dos movimentos de juventude como o Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial de Mulheres, União da Juventude Socialista, RUA, entre outros. Construído por diversos movimentos de mulheres ao longo das últimas semanas o ato também contou com mulheres que não estão organizadas em partidos, coletivos ou movimentos.
“Estou nesse ato porquê eu defendo uma educação feminista para meninas e meninos para que a gente diminua a desigualdade de gênero”, defendeu Cristiane Morais, 36 anos, professora da educação infantil. “Eu sou professora de crianças, trabalhei o ano inteiro isso com eles e hoje colho os frutos. Eles sabem que estou aqui, me apoiaram, mandaram muitas vibrações boas e queriam vir comigo”, comemora. O ato também teve a presença de crianças pequenas, que vieram com suas mães para lutar por igualdade de gênero.
Além das pautas históricas do 8M, a intervenção militar decretada pelo presidente golpista Michel Temer foi uma das questões mais mencionadas pelas manifestantes. “Hoje é um dia muito importante para nós, mulheres de todas a idades e de todas as classes que estamos ocupando as ruas do Rio. Uma cidade que está vivendo um processo militarização”, destacou Maria Luiza, 28, da Marcha Mundial de Mulheres. “Hoje a gente está aqui mais uma vez para pedir Fora Temer, a desmilitarização dos nossos territórios, o fim do controle sobre o nosso corpo e legalização do aborto”, disse.
Luma Vitorio também lembrou da data como impulsionadora de lutas. "A gente sabe que os atos do 8M no início do ano são mola impulsionadora de lutas. Então tomara que toda essa mobilização sirva para dar energia às lutas de trabalhadores por todo ano", finalizou.
Colaboração: Milleni Freitas e Julia Ribeiro
Edição: Vivian Virissimo