Além das inúmeras manifestações que aconteceram no estado e na cidade do Rio de Janeiro na última segunda-feira (19), uma marcha reuniu centenas de ativistas no centro da capital, no final da tarde. Entre os manifestantes estavam jovens, trabalhadores e aposentados insatisfeitos com a condução política do país e a intervenção militar no estado.
Apesar da suspensão de todas as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que tramitam no Congresso, devido ao decreto de intervenção militar no Rio de Janeiro, a apreensão de que a reforma da Previdência possa retornar para a pauta faz com que os movimentos sociais estejam atentos para os próximos capítulos do desfecho político brasileiro.
Adriana Mota é militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) no Rio. Ela explica que a reforma teria um impacto pior na vida das mulheres devido as múltiplas jornadas de trabalho enfrentadas dentro e fora da casa.
“A Reforma da Previdência será ruim para todos os trabalhadores, mas para as mulheres é ainda pior, porque a carga de trabalho das mulheres em casa é uma carga horária que não é reconhecida pelas leis trabalhistas e previdenciárias que a gente têm”, afirma a ativista.
Igor Barcelos é estudante do curso de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e integra o Levante Popular da Juventude. O jovem destaca que a questão previdenciária brasileira é central para a juventude, pois impacta diretamente no futuro profissional.
“Eu pretendo virar professor e não sei se vou conseguir me aposentar e ter uma vida digna depois de uma longa trajetória dedicada à docência, então, acho que o principal impacto apesar de todos os valores econômicos que tem por trás disso é no sonho de uma vida tranquila com alguma estabilidade no futuro”, destaca o estudante.
O ato percorreu toda a Avenida Rio Branco, no centro, até a Praça da Cinelândia. Durante o percurso houve uma parada em frente ao quadrilátero das estatais, onde ficam as sedes da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras para falas em defesa da soberania nacional.
A marcha foi acompanhada por um forte contingente de Policiais Militares do Batalhão do Choque que intimidaram os manifestantes com revistas no início e no final do ato.
Edição: Mariana Pitasse