A partir do dia 12 de fevereiro a tarifa das barcas sofrerá reajuste. O valor integral da passagem das linhas sociais, que inclui Paquetá, Praça Arariboia, Praça 15 e Cocotá, passará de R$5,90 para R$6,10. O aumento foi autorizado pela agência reguladora, no entanto, o reajuste é visto como desproporcional pelos usuários das barcas.
Vinicius Linder é estudante da Universidade Federal Fluminense, a UFF, localizada em Niterói. Ele utiliza a barca com frequência para atividades relacionas ao lazer e ao trabalho no Rio. Ele é ciclista e alega que as barcas tiveram uma boa iniciativa ao permitir o transporte de bicicleta, porém, destaca que, pelo valor da tarifa, o serviço deveria oferecer mais opções de horários para os passageiros.
“Você pagar R$ 6 para ir ao Rio é algo muito complicado, ainda mais quando você tem um serviço limitado de horário. Não tem barca de madrugada. Domingos e feriados eles reduziram os horários, é de uma em uma hora que você pode pegar o transporte, é muito limitado”, afirma o estudante.
O reajuste da passagem fez com que movimentos populares, cidadãos de Niterói e São Gonçalo e o DCE da UFF organizassem o Fórum Contra o Aumento das Barcas para debater mecanismos legais de evitar o aumento da tarifa. O deputado estadual Flavio Serafini, do PSOL, que também apoia o fórum de mobilização, destaca que o valor das tarifas é abusivo.
“Mais um aumento acima da inflação é um absurdo e contraria o interesse dos usuários que têm um serviço que não melhora, têm a redução de horários e é cada vez mais caro”, ressalta o parlamentar.
A Frente Brasil Popular de Niterói também está realizando atividades para denunciar o aumento da tarifa em frente à estação das barcas na Praça Arariboia. De acordo com Igor Barcellos, que integra a Frente, o objetivo é dialogar com a população para denunciar o reajuste.
“A população não participa dos acordos entre empresário e o governo. Só chega para a gente a decisão e temos que aceitar, então não é só uma questão de ser legal ou não, é uma questão de não ser justo”, destaca Barcellos.
Em nota a CCR Barcas afirma que o fim do serviço de transporte da linha Praça 15 – Niterói no período da madrugada, entre meia noite e cinco horas da manhã, ocorreu devido à baixa demanda.
Sobre a redução de horários nos finais de semana, o Grupo informa que as adequações fizeram parte de um estudo desenvolvido para reduzir o repasse de custos aos passageiros e o aumento do endividamento do Estado.
O Grupo CCR é uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura do mundo. No segundo trimestre de 2017, a empresa registrou um lucro líquido de cerca de R$667 milhões o que corresponde a um aumento de 357,9% em comparação ao ano anterior.
Edição: Vivian Virissimo