Temer foi a Davos para vender o seu peixe podre da entrega do Brasil
A cada dia que passa o lesa pátria Michel Temer vai confirmando a sua posição de farsante e cínico. A última envolvendo o golpista ocorreu em Davos, onde ele foi dar garantias aos banqueiros e representantes do capital internacional para virem ao Brasil com garantia de lucro fácil e uma legislação que os favorece. Ou será que alguém tem dúvidas de que se trata de um farsante quando ele avalia que o julgamento de Lula em Porto Alegre mostra que as instituições brasileiras estão “funcionando com tranquilidade”.
Mas só que Temer não tem coragem de avaliar que se o Brasil estivesse atravessando um período de normalidade, Luis Inácio Lula da Silva não teria de ser submetido aos três desembargadores do Tribunal Regional Federal-4 (TRF4), pois teria de ser absolvido na primeira instância com a condenação, absolutamente sem provas, do juiz Sérgio Moro. Essa é a realidade brasileira atual, como tem sido dito em outras reflexões.
Temer foi a Davos para vender o seu peixe podre da entrega do Brasil, conforme o projeto que vem executando desde agosto de 2016, quando o Senado confirmou o golpe parlamentar que derrubou a presidenta Dilma Rousseff.
Neste período de quase dois anos e meio o Brasil recuou algumas décadas, mas os defensores do projeto, exatamente os grupos econômicos representados em Davos, fazem questão de afirmar quase diariamente que o país está melhorando. É claro que a propalada melhora não atinge a maioria da população, mas apenas os setores que Temer bajula em Davos.
De quebra, o aposentado do Banco de Boston e Ministro da Fazenda do atual governo ilegítimo concede entrevistas dizendo que investidores o pressionam para concorrer à Presidência da República. Para conseguir voto vai ter que obter o apoio da mídia comercial, pois de outra forma não vai ter muito mais votos dos que aparecem nas pesquisas atuais.
Meirelles terá de explicar à opinião pública medidas por ele adotadas e que estão retirando inúmeras conquistas sociais obtidas ao longo do tempo. Mas é interessante que ele tenha a coragem de ser julgado pelos eleitores, da mesma forma que outros apoiadores do presidente que está em Davos fazendo o jogo exatamente dos maiores inimigos dos trabalhadores do Brasil e do mundo.
Temer se empenha com toda a força para dar posse no Ministério do Trabalho à Deputada Cristiane Brasil, que é ré na Justiça do Trabalho por não assinar a carteira de trabalhadores. O perfil da filha de Roberto Jeferson se enquadra no projeto andar para trás do lesa pátria. Tanto assim que o presidente golpista insiste na nomeação dela, que se concretizada matará dois coelhos em uma só cajadada, ou seja, Temer poderá contar com ela para outras incursões contra os trabalhadores e garantir os votos do PTB para a aprovação da contra reforma da Previdência, que ao que tudo indica está problemática para o projeto seguir adiante.
É que Temer não contava que parte da tal base aliada está querendo garantir a continuidade no cargo de deputado e senador, mas votar a favor da proposta pode custar a perda do mandato. Prevendo dificuldades, antes de viajar para Davos, Temer esteve em programa ao lado do popularesco Silvio Santos, o mesmo empresário que apoiou o último general de plantão João Batista Figueiredo apresentando o ridículo refrão em que cantava “Figueiredo é coisa nossa” e assim sucessivamente. Na época, o departamento comercial do canal de Sílvio Santos conseguiu benesses do último ditador.
Nos tempos atuais não será nenhuma surpresa se o empresário tentar repetir a dose. Mas o que deve estar pegando é que é muito complicado repetir a cantoria para um presidente repudiado pela grande maioria da população. Figueiredo, que representava um ciclo na época em seus estertores, ainda utilizava métodos autoritários para evitar se conhecer a opinião popular.
Hoje, claro, os tempos são outros. As pesquisas de opinião pública que mostram o repúdio da população brasileira a Temer são divulgadas com mais freqüência. Portanto, por mais que queira Temer, fica difícil enganar a população que o eventual apoio ao ocupante do Palácio do Planalto se dá gratuitamente, ou seja, sem troca de favores.
Em suma: uma pergunta que não quer calar, como agirá o governo do lesa pátria Temer se não conseguir mesmo aprovar a contra reforma da Previdência? Para conseguir esses apoios, Temer e o seu Ministro Meirelles fizeram de tudo, inclusive prevendo praticamente a falência do Estado brasileiro e outras coisas mais.
Vale então a repetição da pergunta: como ficará o Brasil depois de uma não aprovação pelo Congresso da contra reforma da Previdência? Temer e sua patota terão condições de seguir ocupando o Palácio do Planalto? Será que essa dúvida surgiu nas entrevistas coletivas em Davos por parte de jornalistas? Ou será que as coletivas foram jogos de cartas marcadas destinadas a continuar iludindo incautos e apenas dar o recado aos banqueiros?
Edição: Brasil de Fato RJ