A conjuntura política, econômica e social no país e em Belo Horizonte passou a exigir que novas formas de fazer política emergissem nos cenários de perda dos direitos democráticos. Assim, surge o coletivo ‘Linhas do Horizonte – Bordando Política, Bordando por Justiça’, que completou um ano na última semana, em 9 de janeiro, com direito a bolo e bordação da faixa de 1 ano de resistência.
Inovação no fazer política
O Coletivo surgiu de um encontro numa pastelaria, em Belo Horizonte. A conversa indignada sobre a perseguição implacável sofrida por dona Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, foi o impulso que faltava. Surgiu o desejo de homenagear dona Marisa, oferecendo-lhe um bom café mineiro em mesa forrada por uma toalha bordada, que lhe seria presenteada pelo grupo.
Durante a doença de Marisa, o Coletivo manifestou apoio e votos para sua recuperação, bordando em ruas e em praças públicas. O bordado não chegou às mãos da ex-primeira dama, mas foi entregue à família de Lula da Silva.
Bordando Política, bordando por Justiça
As linhas e as agulhas foram se fortalecendo como instrumento de luta e expressão política. A formação do coletivo, com caráter suprapartidário, deu-se rapidamente, agregando pessoas de várias categorias profissionais: assistência social, cultura, saúde, arquitetura, aposentado (as) ou não, donas de casa, homens, mulheres. Ocupando os espaços públicos na bordação da política, por justiça, por democracia, por cidadania, por direitos humanos e soberania nacional.
Durante seu primeiro ano, o coletivo apoiou movimentos populares. O “Movimento mães órfãs” foi uma das frentes apoiadas, defendendo as mães que estão perdendo seus bebês na maternidade por estarem em situação de vulnerabilidade social. O coletivo participou dos atos, bordou faixas de apoio e ajudou na ‘instalação’ composta por sapatinhos de recém-nascidos representando os mais de trezentos bebês abrigados em BH depois de 2014. Tal instalação produziu um impacto visual impressionante em frente à Prefeitura Municipal.
Mas a proposta inicial também continua viva: as homenagens a pessoas e movimentos importantes que foram injustiçados e são inspiradores. Já foram apoiados e homenageados: a ocupação Maria da Conceição nas terras de Eike Batista, levada a cabo por mulheres do MST; o MAB e suas Arpilleras; a Frente pela Soberania Nacional; o Grito dos Excluídos; o músico Chico Buarque; quilombos; políticos e personalidades que defendem os direitos humanos; o Instituto Lula; Dilma Rousseff e o Memorial da Democracia. Faixas foram bordadas e exibidas em quase todos os eventos e manifestações defendendo o Estado de direito e democrático, como a caravana de Lula por Minas Gerais.
2018 e a Luta pela Democracia
A prioridade neste início de ano é a defesa da democracia nas eleições de 2018 e o coletivo transformou-se em um Comitê Popular Itinerante de Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser candidato, sendo um dos primeiros comitês formados em Minas Gerais. Já estão sendo bordados lenços-panfletos defendendo eleições livres e democráticas em nosso país em 2018, pois #EleiçãoSemLulaéFraude.
A página do Linhas do Horizonte pode ser acessada aqui.
Edição: Joana Tavares