A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu neste domingo (17/12) que Honduras realize uma nova eleição presidencial após considerar que os resultados – que apontam a reeleição do atual presidente, Juan Orlando Hernández – trazem “sérias dúvidas”. Em comunicado, a Missão de Observação Eleitoral (MOE) da OEA disse que o processo foi caracterizado por “irregularidades e deficiências”.
“Ante a impossibilidade de se determinar um ganhador, o único caminho possível para que o vencedor seja o povo de Honduras é um novo chamado a eleições gerais, dentro do marco do mais estrito respeito ao Estado de Direito, com garantias de um TSE [Tribunal Supremo Eleitoral de Honduras] que goze da capacidade técnica e da confiança da cidadania e dos partidos políticos”, diz o texto.
“Como já foi informado pela MOE, o processo eleitoral esteve caracterizado por irregularidades e deficiências cujas existências permitem qualificá-lo como de muito baixa qualidade técnica e carente de integridade”, afirma o órgão.
“Intrusões humanas deliberadas no sistema de informática, eliminação intencional de rastros digitais, impossibilidade de conhecer o número de oportunidades em que o sistema foi vulnerado, maletas de votos abertas ou sem atas, improbabilidade estatística extrema relativa aos níveis de participação dentro do mesmo departamento, cédulas em estado de recente impressão e irregularidades adicionais, somadas à estreita diferença de votos entre os dois candidatos mais votados, tornam impossível determinar com a certeza necessária o ganhador.”
O segundo colocado no pleito, Salvador Nasralla, afirma também que a eleição foi fraudada. A apuração, que levou semanas, contou com quedas no sistema, reinicialização e até formatação dos sistemas de contagem.
Presidente eleito
Neste domingo (17/12), Hernández foi declarado como presidente eleito pelo TSE. Os resultados oficiais deram a vitória a ele com 42,95% dos votos, contra 41,42% de Nasralla – com uma diferença de apenas 50.446 votos.
O secretário-executivo do Conselho de Ministros do governo de Honduras, Ebal Díaz, criticou o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, a quem acusou de se unir a Nasralla para “roubar a eleição.”
“Senhor Almagro, o senhor está violando os procedimentos da OEA e da MOE e fomentando mais violência. O senhor tem sido irresponsável, permitindo que um funcionário de sua equipe confabulasse com Narsalla para tentar roubar a eleição”, escreveu Díaz no Twitter.
Edição: Opera Mundi