Após as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de que poderia ser punido pela suposta prática de campanha eleitoral antecipada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as críticas durante um ato político promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT) do Distrito Federal, na noite desta quarta-feira (13).
Segundo o pré-candidato do partido, são seus adversários que atuam desta forma. Ele também mencionou a divulgação da data de seu julgamento em segunda instância, pedindo imparcialidade na nova decisão.
“É verdade que tenho feito muitos discursos. Tenho feito caravanas e estou conversando com vocês. Mas quem está fazendo antecipação de campanha são os meios de comunicação, liderados pela Globo, que faz três anos que fala mal de mim todo santo dia, tentando criar a ideia de que eu cometi algum crime. Eu estou tranquilo com a antecipação do processo. Só espero que os juízes que vão me julgar leiam o processo, leiam as peças de defesa e de acusação”, afirmou.
A data estabelecida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da Quarta Região representa um prazo incomum entre a sentença de primeira instância e a decisão colegiada, sendo bem mais célere que a média.
No ato desta quarta, Lula foi antecedido por dirigentes e parlamentares da legenda. Erika Kokay, deputada federal e presidenta do partido no DF, saudou a militância do partido. O evento estava previsto para ocorrer em um auditório que foi rapidamente lotado. Parte dos que compareceram acompanharam o ato do lado de fora, em alguns momentos sob chuva.
“Nós estamos aqui de todas cidades do Distrito Federal. Nós viemos aqui, enfrentamos a chuva. Em nome da democracia e do Brasil enfrentamos toda adversidade. Luiz Inácio Lula da Silva representa a esperança. O Brasil está sequestrado neste momento”, disse Kokay.
A senadora pelo Paraná, Gleise Hoffman, presidenta nacional do PT, classificou a possibilidade de Lula ser retirado da corrida eleitoral como uma continuidade da ruptura institucional iniciada em 2016.
"Estamos na terceira fase do golpe nesse país. A primeira foi a retirada da Dilma. A segunda, a retirada dos direitos conquistados dos trabalhadores. E agora querem tirar do povo brasileiro o direito de eleger novamente Lula presidente do Brasil. Esse julgamento antecipado pelo TRF é, de novo, uma excepcionalidade”, criticou.
A decisão do TRF deve ocorrer no dia 24 de janeiro do ano que vem. Lula foi condenado em primeira instância por Sérgio Moro em julho de 2017.
Edição: Simone Freire