Em comemoração ao mês da criança, vou contar umas historinhas de uns amiguinhos
Em comemoração ao mês da criança, vou contar umas historinhas de uns amiguinhos muito espertos.
Um deles é o João, filho de um casal de amigos, Cristina e Marcos, que moram num povoado no norte de Minas Gerais e levam uma vida simples, com pouco dinheiro.
Com cinco anos de idade, o João, bem gordinho, era um comilão de primeira. Seus assuntos eram só comida.
Um dia resolveram fazer uma coisa que planejavam havia muito tempo: passar uns dias no litoral. Na viagem, conversavam animados e a todo momento o João sugeria que parassem numa lanchonete para comer uns salgados.
Num certo momento, o Antônio, filho mais velho, com doze anos, falou das lembranças de uma viagem anterior, quando viu o mar pela primeira vez, e o João entrou na conversa, como se tivesse ido também naquela viagem.
A mãe falou pra ele: “Não, João, nessa época você ainda não estava aqui. Você ainda morava lá no céu”.
Ele ficou quieto uns minutos e falou:
— É... “Nós” estávamos lá no céu. Mas depois fomos descendo, descendo, e paramos numa lanchonete pra comer umas coxinhas...
Outro é o Tiago, que também tinha cinco anos. Morava na zona leste de São Paulo.
Um dia, fui visitar uns amigos e o Tiago estava lá. Era sobrinho deles.
Logo acabou a cerveja, eu peguei uma sacola e fui buscar mais numa padaria ali perto. O Tiago resolveu ir comigo. Fomos conversando e ele disse:
— Lá em casa a gente não bebe cerveja não. Nós bebemos só pinga, mas tem que ser pinga bem ruim. Quando é boa a gente põe limão pra ficar ruim.
Falei pra ele:
— Então eu vou comprar uma pinga bem ruim pra você.
Ele, espertamente, respondeu:
— Ah... Hoje eu vou tomar guaraná mesmo.
Para terminar, eu me lembro do Thomas, que tinha três anos de idade quando eu morava em Brasília.
Eu estava conversando com o pai do Thomas, e ele ficava olhando a minha barba, curioso.
Até que, por fim, perguntou porque eu tinha isso. Falei o que sempre falava com as crianças:
— É porque eu passo cocô de galinha no rosto, aí a barba cresce. O seu pai só passa cocô de galinha em cima da boca, por isso só tem o bigode.
Ele indicou a minha careca e perguntou:
— E por que você não passa aí?
Me pegou de jeito, o moleque, não é? O pai dele ficou todo orgulhoso...
Edição: Camila Salmazio