A situação do governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), está cada vez mais crítica. Nesta quinta-feira (14), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu pedido do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, e autorizou abertura de um inquérito para investigar o político pelo recebimento ilícito de pagamentos da empreiteira Odebrecht.
A denúncia veio à tona a partir das delações do ex-presidente da construtora, Benedicto Barbosa da Silva Junior e do ex-diretor, Leandro Andrade de Azevedo. Junior afirmou à Procuradoria Geral da República que o ex-governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), negociou com a Odebrecht mais de 20 milhões de reais via caixa dois para a campanha de Pezão em 2014. Segundo o ex-presidente, o montante fez parte de um total de 120 milhões de reais que a empresa teria repassado ilegalmente para Cabral e Pezão desde 2006.
A consequência da corrupção tem sido grave para o estado do Rio de Janeiro que vive a sua pior crise econômica. Na última semana, o Regime de Recuperação Fiscal do estado foi sancionado. O acordo tem vigência de 3 anos e vai suspender o pagamento da dívida do estado com a União. No entanto, como destacou o deputado estadual Gilberto Palmares (PT), o regime provocará ainda mais arrocho para a população.
“Esse grande acordo entre governo estadual e governo federal vai sufocar a população do Rio. Até agora, os salários atrasados dos servidores não foram atualizados, o décimo terceiro está completando quase um ano sem ser pago. O pior é que essa política do governo Pezão com o governo federal tende a trazer mais sacrifícios. Basta olhar a nota do Ministério da Fazenda, que não contente com o sacrifício que foi imposto à população do Rio, quer exigir outras coisas como a redução de vagas no ensino superior", salientou o deputado.
Outro ponto que agravou a crise do estado do Rio foram as isenções fiscais. O deputado estadual Flavio Serafini (PSOL) afirmou ao Brasil de Fato que os incentivos fiscais concedidos em 2016 para as empresas foram bilionários e prejudicaram seriamente as contas públicas.
“Como ponto central da crise fiscal do estado do Rio de Janeiro é que o governo foi concedendo isenções e subsídios fiscais sem controle, sem cobrar contrapartida. Só no ano de 2016 esses incentivos podem ter passado de 30 bilhões de reais, o valor que o estado deixou de arrecadar por conta desses incentivos. A folha salarial dos servidores do estado não chega a este valor", ressaltou Serafini.
Enquanto o estado do Rio luta para se manter de pé, o governador segue alegando inocência. Em nota divulgada pela assessoria, Luiz Fernando Pezão afirmou que nunca recebeu recursos ilícitos e tampouco teve conta no exterior. Pezão destacou que todas as doações de campanha foram feitas de acordo com a Justiça eleitoral.
Edição: Vivian Virissimo