Ex-ministro quer conseguir a redução da pena ou até mesmo ganhar a liberdade
Impressionante o noticiário da mídia comercial conservadora sobre o depoimento de Antonio Palocci incriminando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo foi considerado verdade absoluta, mesmo sem a apresentação de provas concretas. O Globo mais uma vez bateu recorde, desta vez coube ao colunista Zuenir Ventura aparentemente analisar a fala de Palocci para considerá-la verdade absoluta, acima de qualquer coisa.
Não será nenhuma surpresa se outros colunistas adotarem o mesmo esquema nos próximos dias. E do jeito que as “verdades” são colocadas, fica pairando até a suspeita de que tudo é encomendado com o objetivo de os leitores repetirem tudo o que vem sendo dito, tornando-se secundário a apresentação de provas concretas.
Fica parecendo que independente de confirmação ou não, O Globo divulga comentário exatamente com o objetivo de que antes de mais nada a denúncia, ainda sem comprovação, vale sempre repetir, vire verdade e seja utilizada pelos inimigos de Lula. Fica mais do que evidente tudo isso.
De qualquer forma, mesmo pressionado ao completar um ano de prisão e condenado a uma pena superior a 16 anos, Palocci demonstrou na prática uma faceta de sua personalidade. Silvério dos Reis quando traiu Tiradentes dedurou com acusações verdadeiras, Palocci, que vem sendo acusado de Silvério dos Reis ainda não teve comprovada a veracidade de suas acusações. Pode ter sido induzido a falar o que falou. Não se exclui a possibilidade de que o ex-ministro queira exatamente conseguir a redução da pena ou até mesmo ganhar a liberdade ou, quem sabe, prisão domiciliar.
Nesse sentido vale mencionar o ex-ministro José Dirceu que já declarou preferir morrer a fazer o que Palocci fez em matéria de ter se submetido a prováveis pressões, como habitualmente faz o juiz Sérgio Moro com os seus condenados. Não é à toa que o curitibano ganhou tanto espaço na mídia comercial conservadora, com destaque para as Organizações Globo, que o galgou à condição de herói nacional.
Não se trata de defender o acusado Luis Inácio Lula da Silva, mas simplesmente demonstrar que antes de se fazer justiça propriamente dita está se dando destaque a um acusador que ficou de apresentar provas e se é que o fará. As Organizações Globo e demais grupos midiáticos do gênero querem que a opinião pública se convença que o dito por Palocci é uma verdade incontestável.
O tratamento em relação a outros denunciados, sobretudo os filiados ao PSDB, haja vista, por exemplo, o Senador Aécio Neves, é totalmente diferente. Em um primeiro momento alguma denúncia pode ser divulgada, mas o tratamento jornalístico é totalmente distinto. Chega a uma nova etapa em que o político tucano sai de foco. E assim vai para ser esquecido como acusado de corrupção.
Outro exemplo concreto é a citação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que a cada dia que passa ganha maior espaço, mas nada se divulga em relação à acusação de corrupção, muito menos pelo fato de ter sido mencionado no espaço midiático Intercept como tendo recebido de uma sala comercial no bairro de Botafogo valores pagos pela Odebrecht. E assim essa denúncia cai no vazio, ou seja, não só não é divulgada, como também não é investigada. E assim Rodrigo Maia aparece diariamente nos mais diversos espaços midiáticos conservadores e no Rio de Janeiro, principalmente as Organizações Globo o prepara para ser candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro em outubro de 20!8.
É visível o contraste, enquanto a mídia conservadora faz o possível para indispor Lula diante da opinião pública, age exatamente ao contrario com Rodrigo Maia, um dos políticos mais ardorosos defensores das (pseudo) reformas que levam o Brasil a um retrocesso total e contam com a adesão irrestrita das própria Globo. Essa constatação parece até óbvia, mas deve ser acompanhada por leitores, telespectadores e ouvintes que não se deixam envolver pelo esquema montado e que tende a se ampliar com o passar dos dias, semanas e meses.
Está mais do que na hora demonstrar o velho esquema em uso pela mídia comercial conservadora de dois pesos e duas medidas. Se nada for feito nesse sentido, acabará se repetindo a estratégia de Joseph Goebbels, do Departamento de Propaganda do III Reich nazista no sentido de se repetir inúmeras vezes uma mentira até finalmente ela virar verdade.
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