No Brasil, os casos de racismo e injúria racial tem crescido em estádios de futebol. Em 2014, o debate sobre esse tipo de intolerância nos gramados e arquibancadas ganhou espaço quando as câmeras de TV registraram situações em diversos jogos de ofensas contra vários jogadores. No mesmo ano foi criado o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, uma iniciativa com o objetivo de monitorar e denunciar casos de racismo no futebol brasileiro.
“O Observatório surgiu logo após aqueles sucessivos casos de racismo que envolveu os jogadores Tinga, Marcio Chagas e Arouca. Nasce a partir de uma pesquisa que faço na internet tentando encontrar as punições aos casos de racismo. E aí não encontrando essas respostas, e com o passar do tempo, começamos a ampliar essa pesquisa e criamos um site onde conseguimos colocar casos a partir de 2014 e casos antigos e suas punições, explica Marcelo Carvalho, criador do Observatório.
Recentemente, a família da jovem revelação do Flamengo, Vinicius Jr., foi vítima de racismo no clássico contra o Botafogo pela primeira partida das semifinais da Copa do Brasil, em 16 de agosto. O ato de racismo aconteceu quando a família do jogador, que ocupava um camarote no Estádio Nilton Santos, foi ofendida por insultos de um torcedor já identificado pela polícia, mas que responde a um inquérito policial em liberdade. Para Marcelo Carvalho, a sensação de impunidade tem razão de ser.
“Se percebe que não existe uma punição efetiva para os envolvidos, tanto os torcedores quanto os clubes. Não existe uma regra, então vai muito da cabeça de quem julga. Daí temos casos que são punidos e outros em que os acusados são absolvidos, em outros ainda, os clubes são envolvidos na punição e há situações em que só os torcedores são punidos”, critica.
O observatorioracialfutebol.com.br traz mais informações sobre casos de racismo no futebol brasileiro. Lá é possível também assinar uma petição eletrônica para a ratificação da Convenção Interamericana Contra a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância e da Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância.
Edição: Raquel Júnia