Depois de dois cursos anteriores abordarem a história do feminismo e a contribuição das mulheres revolucionárias em experiências europeias e latino-americanas, a terceira edição da Escola de Formação Feminista se debruçou sobre a divisão sexual do trabalho. Desta vez, as inscrições foram encerradas antes da data prevista porque as 60 vagas disponíveis foram rapidamente preenchidas. A aula foi realizada no último sábado (19), no Rio de Janeiro.
Segundo Miriam Starosky, uma das organizadoras do evento, além de debater a divisão do trabalho como uma das principais formas de opressão das mulheres, o módulo abordou também o golpe de estado, que teve início com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, como um golpe de caráter machista.
“É importante para construir a pauta feminista na nossa conjuntura de golpe e encerramento democrático, com projeto político de redução dos direitos, que passa por reavivar a exploração do trabalho das mulheres. Toda vez que se diminui a seguridade social e o papel do estado se exige que as mulheres deem conta do afogamento de suas vidas”, explica.
O curso é organizado pelo Coletivo Rosa dos Ventos, núcleo da Marcha Mundial das Mulheres, e pelo Setor de Mulheres do Levante Popular da Juventude. Para Miriam, a demanda pelo curso reflete a politização crescente das mulheres.
“A grande procura pelo curso é um desdobramento de que na atual conjuntura muitas mulheres querem se organizar e não ficar paradas. A esquerda tem o que apresentar para encantar as mulheres”, conclui.
Participaram como mediadoras do curso, militantes do Levante Popular da Juventude, da Marcha Mundial das Mulheres e do Movimento dos Atingidos por Barragens, o MAB.
Edição: Raquel Júnia