Neste tempo de crise e redução permanente de direitos é um grande desafio a manutenção, de maneira organizada e estruturada, das luta das juventudes. Por isso, é importantíssimo a unidade, a articulação com movimentos, grupos, coletivos e bandeiras que dialogam e lutam constantemente pelo direito de ser jovem. Neste mês de agosto o Estatuto das Juventudes comemora 04 anos de sua regulamentação. Este, se configura como um importante marco legal que reconhece as juventudes como sujeitos/sujeitas de direitos e estratégicos do desenvolvimento do país, garantindo um conjunto de direitos distribuídos em 11 eixos.
O desafio é fazer este instrumento sair do papel e fazer parte da vida cotidiana das juventudes, para que de fato os/as jovens brasileiros, possam ter acesso a educação, cidadania, participação social e representação juvenil; profissionalização, trabalho e renda; direito a diversidade e a igualdade; direito a cultura, a comunicação, ao território, a sustentabilidade e ao meio ambiente e aos tantos outros direitos que estão expressos no Estatuto.
Por isso, coletivos, redes e fóruns como o Fórum das Juventudes de Pernambuco (Fojupe) tem um papel importantíssimo na estruturação das lutas das juventudes, construindo unidades a partir do que os aproximam, respeitando a diversidade destes/as atores/atrizes. Fomentando ações como o “Agosto das Juventudes” que ocorreu na última sexta-feira, 11 de agosto, na cidade do Recife e reuniu uma diversidade de jovens vindos de vários lugares do estado para denunciar as violações diárias vividas por eles/elas.
Dentre os eixos norteadores do ato público, tem o debate sobre “Juventude e Agroecologia”, que aborda uma variedade de violações vivenciadas pelas juventudes do campo, das águas e das florestas. Como o fato de não terem acesso algum a áreas de lazer nas comunidades rurais, estradas que não viabilizam a chegada de transporte escolar e quaisquer outros; ausência de postos de saúde, entre outros fatores.
Por isso, defendemos que a construção de um Brasil agroecológico está pautada no reconhecimento dos e das jovens como sujeitos/sujeitas de direitos e por meio da estruturação de políticas públicas que de fato garantam a permanência das juventudes no campo com acesso ao conjunto de direitos que promovem sua emancipação e autonomia. É por isso que reafirmamos que “sem juventudes não há agroecologia”.
*Janaína Ferraz é assessora de Juventudes do Centro Sabiá.
Edição: Monyse Ravena