Resistência

Movimento Negro Unificado comemora 39 anos em ato no Teatro Municipal

Celebração conta com a presença dos fundadores do MNU, além de atividades culturais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Convocação para o ato do MNU
Convocação para o ato do MNU - Divulgação Movimento Negro Unificado

Nesta sexta-feira (7), a partir das 17h, será celebrado os 39 anos do Movimento Negro Unificado (MNU) com ato em frente ao Teatro Municipal, no centro de São Paulo. O evento é organizado pela Frente Alternativa Preta, espaço que reúne diversos grupos, coletivos e movimentos negros e periféricos em torno da luta anti-racista.

Chamado de “39 anos do MNU - Celebração em Luta!”, a celebração conta com a presença de fundadores e militantes do MNU, como Hugo Ferreira, que conversou com o Brasil de Fato por telefone e comentou as conquistas do movimento durante esses anos: “O que eu vejo de importância no MNU não é como entidade, é como ideia que se alastrou em inúmeras entidades. Todos os coletivos do chamado movimento moderno negro, criaram-se à partir desse 7 de julho”. 

O nascimento do MNU se deu no ano de 1978, durante a ditadura militar no Brasil, em um ato contra a violência racial ocorrida contra quatro garotos do time de voleibol infantil do Clube de Regatas Tietê e contra um homem acusado de roubar frutas em uma feira, que acabou preso, torturado e morto. A ação ocorreu nas escadarias do Teatro Municipal no dia 7 de julho e foi composto por vários grupos de luta da população negra.

Para Hugo, essa data é simbólica e representa de forma pública a luta do negro pela primeira vez no país. “Nós somos os avós do movimento. Hoje, por exemplo, tem a Frente Alternativa Preta, que tá levando o movimento pra rua. A questão da USP foi o Núcleo de Consciência Negra. Hoje eu acho que o MNU tá diluído com aquela força que tinha, porque a força não era de uma entidade, era de uma Frente. Hoje nós sentimos a necessidade de nos reunirmos novamente numa grande frente”, afirma o fundador.

O ato vai até às 22h e conta com a presença do Coletivo AFROsub trazendo a discotecagem dos DJs Khally Stylo Urbano e Lord C Lecter com ritmos como dancehall, afrobeats e old school raps e a banda Bloco do Caos, que se apresenta com um misto de rock, reggae e música popular contemporânea. 

Edição: Rafael Tatemoto | Camila Salmazio