O movimento grevista anda a todo vapor no Distrito Federal (DF). Nesta sexta-feira (30), Brasília e várias cidades-satélite amanheceram com ruas vazias, universidade e escolas públicas sem aula, estações de metrô e ônibus sem passageiros e, principalmente, sem motoristas e cobradores.
Isso porque os metroviários e rodoviários estão entre as dezenas de categorias locais que aderiram ao movimento nacional. Bancários, trabalhadores dos setores de telecomunicação, saúde, correios, do Poder Judiciário e do Ministério Público da União também pararam.
De acordo com o Sindsep, Sindicato dos Servidores Públicos Federais do DF, pelo menos 70% dos trabalhadores cruzaram os braços hoje. Na Esplanada dos Ministérios, um grupo de servidores se reuniu em atividades de protesto contra as reformas.
O secretário-geral da entidade, Oton Pereira Neves, que esteve no local, destaca que o esvaziamento das ruas, empresas e instituições é o que sinaliza o êxito da greve: “A gente tá aqui desde seis horas da manhã, a presença é pouca porque a orientação do sindicato é o pessoal ficar em casa e participar de atos como este aqui na sua própria cidade. (...) Muitos trabalhadores imaginam que a greve deve ser passeata, ato cheio de gente, como o ‘Ocupa Brasília’, mas não é isso. A greve é parar a produção, o serviço, a circulação. Não é uma coisa que aparece tanto, então, ainda mais sendo greve geral, é uma reeducação da classe pra entender o que é a greve geral, que não é uma manifestação numerosa, e sim ao contrário.
Um aspecto de realce na greve geral em Brasília é a participação dos servidores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esta é a primeira vez desde 1989 que a categoria aprova uma greve. Segundo a servidora Joana Alencar, é importante que a greve geral seja percebida como um movimento conjunto: “Não é uma questão só de uma categoria ou outra. É uma questão ampla, que diz respeito a todo o país, a todos os trabalhadores, a nós servidores públicos, as nossas famílias, que trabalham na iniciativa privada, todo mundo. Nós precisamos estar juntos, senão não funciona. Temos que nos mobilizar e ver que é uma causa comum, e não de uma categoria ou de outra”.
Edição: Vanessa Martina Silva (Site Bdf) | Mauro Ramos