Em resposta aos ataques racistas, homofóbicos e machistas vistos nas partidas ou torcidas de futebol, torcedores têm se organizado em grupos a favor da tolerância e da inclusão de minorias. Esses grupos são conhecidos como torcidas antifascistas. No Rio, cinco torcidas dos maiores clubes já se reúnem dessa maneira, entre elas, Bangu, Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense.
“Nosso grupo se formou a partir de 2013, porque estávamos incomodados com o crescimento do conservadorismo. Um dia vimos um muro do São Januário com a pichação: ‘Homossexual não entra’. Futebol é reunião do povo, não pode ser palco de exclusão”, afirma Vitor Tufani, da torcida Vascomunistas, do Vasco.
Entre as torcidas antifascistas dos diferentes times não há rivalidade. Pelo contrário, a ideia é unir forças. De acordo com Vitor, seus membros estão sempre em contato, produzem atividades e também vão a manifestações para pedir Fora Temer juntos.
A Vascomunistas é uma das maiores torcidas antifascistas entre os times cariocas. Na página do Facebook, mais de 5 mil seguidores estão reunidos. E é no mundo virtual que se deparam com ataques de intolerância, pessoalmente nunca sofreram diretamente. Durantes as partidas do Vasco, o grupo se encontra para torcer e também estampar faixas contra o golpe e pela democracia.
“Não dá para separar o futebol da política, quem faz isso tem uma visão preconceituosa do esporte. O futebol não está a parte. Não é só divertimento, cerveja e palavrão. É exercício a democracia”, complementa o torcedor.
Edição: Vivian Virissimo