A 15a Caminhada das Mulheres Lésbicas e Bissexuais trouxe, em sua faixa principal, o nome de duas mulheres lésbicas assassinadas: Luana Barbosa e Katiane Campos de Gois.
Segundo Elizandra Delon, da organização da Caminhada e da Coletiva Luana Barbosa, a caminhada deste ano "vem lembrar o caso de mulheres que morrem simplesmente por amar outras mulheres". O ato deste sábado (17) reuniu cerca de mil pessoas em São Paulo, de acordo com a organização.
As mulheres também demonstraram descontentamento às políticas públicas dos governos municipal e federal. Gritos de ordem contra João Doria, prefeito de São Paulo e pelo fim das reformas trabalhista e da previdência também foram marcas da marcha.
Rita Quadros, feminista, militante do Movimento de Mulheres e Lésbicas acredita que realizar uma caminhada como essa é dar uma resposta política à visibilidade dada à Parada do Orgulho Gay, evento que ocorre neste domingo (18) na capital paulistana:
“Há um viés econômico com a Parada Gay, que é vista como um momento de arrecadação para a cidade sem discutir a lgbtfobia que vivemos no cotidiano”. Segundo ela, a Caminhada das mulheres “ é um momento de luta e resistência perante a violência que a mulher sofre com o machismo e o patriarcado”.
Andreia Alves, Lésbica da Marcha das Mulheres Negras afirma que “A caminhada é de fundamental importância, principalmente para nós mulheres negras que corremos riscos constantemente”. Segundo ela, esse é o momento de ampliar a voz das Mulheres.
A bissexual Fernanda Cury acredita que as pessoas bissexuais são invisibilizadas no movimento LGBT e não são alvo de discussões e políticas públicas. “É importante falar das nossas especificidades”, afirma. “ As pessoas têm dificuldade de entender a bissexualidade e tendem a rotular de forma binária”.
A Caminhada, que iniciou-se na praça Roosevelt, foi finalizada na Praça da República com apresentação de Obinirim e Slam das Minas.
Edição: Daniela Stefano