A agrônoma, hoje com 96 anos, foi pioneira na compreensão do solo como um organismo vivo
Falar de agroecologia é lembrar das contribuições da engenheira agrônoma e escritora Ana Maria Primavesi.
Ela foi pioneira no movimento de compreensão do solo como um organismo vivo.
A engenheira agrônoma é responsável por avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo.
Aos 96 anos, Primavesi participou, no mês de maio, da segunda edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, na capital paulista.
A escritora nasceu e cresceu na Áustria, onde adquiriu os primeiros conhecimentos no tema com os pais agricultores.
Primavesi foi presa em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos anos 50, ela veio para o Brasil, onde iniciou a carreira acadêmica e a atuação militante.
Nessa época, a chamada 'Revolução Verde' disseminava novas práticas agrícolas que levaram ao crescimento desenfreado do agronegócio nos Estados Unidos e na Europa.
Carin Primavesi Silveira, filha da escritora, falou sobre a resistência da mãe ao longo da história ao desafiar a lógica do capital na agricultura.
“Teve muita resistência. Ela foi muito atacada. Agora, o que acontece? A evidência é o que a natureza está mostrando, porque a gente não pode ser contra a natureza, nós dependemos dela. Temos que trabalhar em comunhão com a natureza.”
No Brasil, Primavesi foi professora da Universidade Federal de Santa Maria, onde contribuiu para a organização do primeiro curso de pós-graduação em agricultura orgânica.
A obra de Primavesi faz parte de uma coleção lançada pela editora Expressão Popular, que inclui também uma biografia sobre a agrônoma. Os livros podem ser encontrados no site www.expressaopopular.com.br
Edição: Camila Maciel