O escritor, negro, denunciou em suas obras as injustiças sociais de seu tempo
Saiu, nessa semana, a programação da Festa Literária de Paraty (FLIP), um dos eventos de literatura mais importantes do país. Este é um dos momentos mais esperados por aqueles que são apaixonados pela leitura. Para este ano, o evento trouxe novidades muito importantes. Uma delas é o fato de que, pela primeira vez, há mais mulheres do que homens entre os convidados.
O outro ponto positivo é a escolha do autor homenageado: Lima Barreto (que nasceu em 1881 e morreu em 1922). O escritor, negro, denunciou em suas obras as injustiças sociais de seu tempo, principalmente o racismo, do qual foi vítima. Da sua revolta, fez nascer uma literatura de resistência. Nela, os protagonistas são os pobres, negros e trabalhadores, uma inovação para a época.
Lima Barreto é, até hoje, considerado um dos principais cronistas do Rio de Janeiro. Em seus escritos, acompanhamos as muitas transformações da cidade e vemos críticas a várias políticas que permanecem atuais, como, por exemplo, as remoções.
Para além das obras de forte cunho social, o que a FLIP quer valorizar é o grande artista. O objetivo é mostrar alguém que soube apresentar as críticas de uma sociedade desigual com uma poderosa e rica expressão literária. Ler Lima Barreto é fazer justiça a um escritor que muito mereceu, mas não conseguiu ser reconhecido em vida.
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