Protestos

Centrais e movimentos populares planejam "ocupar" Brasília contra reformas

Expectativa da Frente Brasil Popular é reunir, na capital federal, 100 mil pessoas no dia 24 de maio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Protesto em São Paulo durante a greve geral, no dia 28 de abril; para centrais, 'Ocupa Brasília' é continuidade de atos contra as reformas
Protesto em São Paulo durante a greve geral, no dia 28 de abril; para centrais, 'Ocupa Brasília' é continuidade de atos contra as reformas - Norma Odara

A partir desta quarta-feira (17), as centrais sindicais organizam uma série de ações contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas por Michel Temer (PMDB). No dia 24 de maio, os atos se concentram no Distrito Federal, com a convocação do Ocupa Brasília. Na data, as entidades planejam, entre outras atividades, a realização de uma marcha e um ato político.

Movimentos populares que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo também organizam o evento. A expectativa é reunir 100 mil pessoas na capital federal. Sindicatos, regionais filiadas às centrais e comitês estaduais das frentes já estão organizando caravanas ao local.

Segundo os organizadores, as mobilizações dão continuidade à Greve Geral, realizada no dia 28 de abril, e à Jornada de Lutas em Defesa da Democracia em Curitiba (PR), na última quarta-feira (10), data em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou depoimento ao juiz federal de primeira instância Sérgio Moro. 

Com a manifestação, as centrais pretendem pressionar os parlamentares em uma semana que pode ser decisiva para a tramitação, na Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que altera as regras da Previdência, adiando aposentadorias e diminuindo os valores de benefícios. 

A votação em dois turnos no plenário da Casa está prevista para os dias 24 e 31 de maio. Sem a convicção dos 308 votos necessários para a aprovação da proposta, no entanto, o governo pode protelar a apreciação da matéria até o mês que vem.

Janeslei Aparecida Albuquerque, secretária de relação com os movimentos sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), afirma que o momento também será de diálogo com a população para divulgar a "crueldade e violência" que é a reforma trabalhista. Segundo ela, o que está em processo com a proposta, em conjunto com a PEC 287, é o "desmanche de um projeto de país".

"A medida que o golpe vai avançando, as pessoas vão tomando mais consciência do que está acontecendo; mas a pauta do Congresso não parou", diz.

A última pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha mostrou que 7 em cada 10 brasileiros são contrários à reforma da Previdência. Já uma enquete no site do próprio PMDB, partido de Temer, computava 96% de votos contra a reforma e apenas 2% a favor no final da tarde desta segunda-feira (15).

Além de Brasília, paralisações e mobilizações também são esperadas em outros estados no dia 24 de maio. Em São Paulo (SP), a Frente Povo Sem Medo convoca um debate público no Vão Livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.

Edição: Rafael Tatemoto