Nesta quarta (10), às 14h, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depõe ao juiz Sergio Moro no âmbito da operação Lava Jato. O interrogatório acontecerá no prédio da Justiça Federal, no bairro Ahú, em Curitiba (PR).
Pelas ruas da cidade, cresce a mobilização em defesa do ex-presidente, que emerge como liderança em todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2018.
Desde terça (9), trabalhadores e trabalhadoras do Paraná e de diversos outros estados estão acampados em um terreno nos fundos da rodoferroviária da região. O local é a concentração dos atos da Jornada Nacional de Lutas em defesa da democracia e em apoio ao ex-presidente, organizada pela Frente Brasil Popular.
Há a expectativa da presença de Lula em um ato político marcado para às 18h, com convidados e lideranças dos movimentos, na Praça Santos Andrade, região central da capital paranaense.
Políticos como os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), a vereadora de São Paulo Juliana Cardoso (PT-SP), os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Maria do Rosário (PT-RS), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) e a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, já estão em Curitiba para prestar apoio à Lula.
A ex-presidenta eleita, Dilma Rousseff, também vai acompanhar de perto o depoimento. Ela deve desembarcar na capital paranaense por volta de 10h30.
Depoimento
Durante o depoimento, que acontece sob o âmbito da acusação de que a empreiteira OAS teria reservado um apartamento triplex no Guarujá (SP) para o ex-presidente, estarão presentes, além de Lula e Moro, o advogados de defesa, representantes do Ministério Público e um servidor, que redige o texto do depoimento. No caso específico da Operação Lava Jato, também há a participação de dois procuradores da força-tarefa que investigam o esquema.
A pedido do advogado de defesa do ex-presidente, Cristiano Zanin, também estará presente o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Andrey Salmazo Poubel. De acordo com o ofício que protocolou o pedido, o objetivo é "resguardar as prerrogativas inerentes ao livre exercício da advocacia".
Todos os depoimentos serão gravados em vídeo, com uma única câmera fixa no réu, e disponibilizados horas depois. A defesa de Lula também solicitou fazer sua própria gravação do interrogatório, mas teve a permissão negada por Moro.
A negativa foi amplamente criticada por movimentos populares e também pela Frente Brasil de Juristas pela Democracia (FBJD).
Em nota nesta terça-feira (9), a entidade argumentou que "a forma pela qual as gravações têm sido feitas, centrando o registro apenas na imagem fixa e nas respostas do depoente, somando-se aos vazamentos seletivos, fere o sentido da prerrogativa legal do registro fidedigno e pode dar azo a alegações de cerceamento de defesa".
Edição: Camila Rodrigues da Silva