O Centro de Formação Campo-Cidade de Jarinu é espaço de aprendizagem técnica e política do MST
Conseguir uma área de plantio livre de veneno não é tarefa fácil para agricultores.
Mesmo aqueles convencidos do modelo agroecológico, é preciso enfrentar na prática as dificuldades de retirar os agrotóxicos do cultivo.
“Lá em Jarinu a gente plantava, historicamente tem uma produção de uva muito grande lá. Era uma uva que quando a gente conquistou a área ela era no veneno e a gente teve muita dificuldade de fazer a transição, porque a gente simplesmente cortou o veneno e esse processo é processo que a gente aprendeu muito, porque a gente perdeu a produção de uva, justamente pela dificuldade da transição”.
Este é o relato de Guilherme Verde, integrante do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que atua em um centro de formação na cidade de Jarinu, a 80 quilômetros da capital paulista.
Para ensinar essas práticas de manejo da terra e produzir alimentos saudáveis, o MST desenvolveu centros de formação político e técnico em várias partes do país. Em São Paulo, são quatro com esta proposta.
Desde 2005, o Centro de Formação Campo-Cidade de Jarinu tem ajudado a difundir a agroecologia, mas ainda há desafios, como explica Verde.
“A ruptura agroecológica é um processo muito desafiador. Primeiro porque você não tem nenhum tipo de suporte público. Todo o sistema público de subsídio para a agricultura é voltado para o pacote do agronegócio que é o veneno. Então os créditos e assistência técnica tudo isso fornecido é voltado para o veneno. Então você ter acesso a política pública voltada para a agricultura é muito difícil.”
Na área do centro de formação de Jarinu, além dos cursos, são cultivados produtos orgânicos, como batata doce, mandioca, feijão e banana.
Parte deles, virá para a capital paulista durante a segunda Feira Nacional da Reforma Agrária.
“Mais do que comercializar a nossa produção, a gente conversar com a sociedade e mostrar o nosso projeto.”
A Feira Nacional da Reforma Agrária ocorre entre os dias 4 e 7 de maio no Parque da Água Branca, no bairro Barra Funda.
Edição: Brasil de Fato