Mostrando a força da classe trabalhadora, a greve geral convocada pelas centrais sindicais e movimentos populares para essa sexta-feira, 28 de abril, aconteceu por todo Brasil e entrou pra história do país como um dos maiores protestos já ocorridos.
Em Uberlândia (MG), a greve geral foi construída por diversos sindicatos, movimentos populares, movimentos estudantis, partidos e entidades organizados no Comitê Regional Contra a Reforma da Previdência.
A mobilização começou às 4h da madrugada, com piquetes nas garagens de ônibus, com intuito de dialogar com cobradores e motoristas sobre o impacto das reformas propostas pelo governo Temer, que retiram direitos trabalhistas. Além disso, houve discussão de reivindicações locais, tais como a manutenção e permanência de cobradores nos ônibus - os quais a Prefeitura quer retirar, o que causa prejuízos nas atividades do transporte público e implica na demissão de centenas de trabalhadores.
Em protesto contra essas medidas, o transporte público foi paralisado nesse período e, somente por volta das 9h, a circulação foi normalizada.
Assim, a cidade amanheceu sob a atmosfera da greve geral.
Às 10h, os servidores públicos municipais somaram forças na greve geral e manifestaram sua indignação contra as reformas do governo federal e contra a proposta de parcelamento de salários feito pelo governo do prefeito Odelmo Leão (PP).
No período da tarde, já por volta das 15h, algumas centenas de pessoas se concentravam na Praça Ismene Mendes para o grande ato marcada para às 16h.
A forte e constante chuva não tirou a vontade do povo de sair às ruas e dizer "não" aos ataques aos nossos direitos. No horário marcado para a concentração, já havia algumas milhares de pessoas na Praça.
Por volta das 17:30, teve início a caminhada com um público que já contava com cerca de 10 mil pessoas, que entoavam palavras de ordem de resistência e indignação contra a reformas da Previdência e trabalhista. “Eu não vou trabalhar até morrer! Ô Michel Temer vou derrubar você!”, “não é reforma é tapetão! Trabalhador não é escravo não!", “ô deputado! Ou vota contra, ou vai ser derrotado!”, “ô Michel Temer eu quero aposentar! É meu direito e você não vai tirar!”, gritavam os manifestantes. Lideranças e dirigentes das entidades expunham seus posicionamentos e incentivavam a luta.
No decorrer do trajeto, a quantidade de manifestantes, que já era enorme, aumentou. A estimativa geral é que cerca de 15 mil pessoas estiveram marchando nas ruas centrais da cidade.
A coordenação do Comitê contra a Reforma da Previdência avaliou positivamente a mobilização do dia de greve geral. Terminamos a manifestação na certeza que somos vitoriosos por organizarmos um forte ato, por resistirmos aos ataques do ilegítimo governo Temer em conjunto com o corrupto Congresso Nacional e por ocuparmos as ruas e as praças, nossas por direito. Seguiremos firmes nas lutas contra qualquer ataque ao povo trabalhador. Com o povo organizado, resistiremos.
*Diego Leão é professor de História na educação básica e atua na comissão de comunicação do Comitê Regional contra a Reforma da Previdência do Triângulo Mineiro.
**Jhonatam Soares é estudante de Ciências Sociais e atua na comissão de comunicação do Comitê Regional contra a Reforma da Previdência do Triângulo Mineiro.
Edição: Larissa Costa