Lula está na frente em todas as pesquisas recentes, inclusive do IBOPE
O Globo realmente a cada dia se supera em matéria de manipulação da informação. Nos últimos dias essa constatação tem sido até mais gritante. Em uma de suas últimas edições um editorial do jornal da família Marinho se superou. Aproveitaram o embalo do depoimento de Leo Pinheiro, manda chuva da OAS que está cumprindo pena de prisão em Curitiba, incriminando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como que se o que declarou na delação premiada fosse verdade absoluta.
Na verdade, a maior preocupação dos detentores do poder de forma ilegítima, e nele incluídos os setores midiáticos conservadores, como a própria Organizações Globo, são as pesquisas indicando o crescimento da popularidade do ex-presidente.
Léo Pinheiro fala qualquer coisa que o ajude a reduzir sua pena ou conseguir mudar o status de sua prisão para poder cumpri-la não mais em um presídio, mas em sua residência luxuosa. Incriminar Lula sem apresentar provas concretas faz parte do jogo e interessa aos que se apossaram do governo brasileiro. A mídia comercial conservadora se encarrega do restante no sentido de iludir a opinião pública.
Lula entra para a história política brasileira com um novo “pão de ló”, denominação dada a políticos que quanto mais eram estigmatizados mais cresciam. Nessa condição podem ser encontradas figuras históricas como Getúlio Vargas, Leonel Brizola e o então presidente deposto João Goulart, que foram perseguidos de forma arrasadora pelo esquema midiático comercial conservador.
Lula está na frente em todas as pesquisas recentes, inclusive do IBOPE, e poderia, se a eleição fosse hoje, vencer até num primeiro turno. É por aí que se explica a recente movimentação dos setores conservadores que querem de qualquer jeito aprovar as mudanças para trás na área previdenciária e trabalhista.
O Globo é um exemplo cristalino e a cada dia que passa mais suas edições, sejam eletrônicas ou impressas, vomitam sobre Lula e quem mais se atreve a denunciar o que está acontecendo no Brasil em matéria de retrocesso.
* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.
Nos próximos dias, quanto mais se aproximar a data de 3 de maio quando Lula deverá estar cara a cara com o juiz Sérgio Moro em Curitiba, mais O Globo e outros veículos conservadores jogarão seus venenos contra o ex-presidente.
Nesta altura dos acontecimentos não seria nenhuma surpresa se o sistema tivesse a fórmula para evitar uma eventual eleição de Lula ou mesmo qualquer tipo de consulta popular para que seja decidido quem ocupará a Presidência da República para um próximo mandato.
Junta-se a isso as recentes declarações, divulgadas em O Globo, de Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o próprio, “eleições podem atrasar processo de recuperação”. Werner considera que para que a ”recuperação” aconteça são necessárias a aprovação o quanto antes de reformas como a trabalhista e previdenciária. É o que estão tentando fazer os detentores do poder no Brasil depois da ascensão de Michel Temer e sua patota do PMDB, PSDB, DEM, entre outros partidos conservadores integrantes da tal ba$e aliada.
Do jeito como andam as coisas neste Brasil que anda para trás não será nenhuma surpresa se em breve a base aliada de Temer decida adotar o Parlamentarismo para evitar a continuidade do Presidencialismo que ameaça derrotar o projeto de retrocesso em curso no Brasil.
Por estas e outras que ainda possam surgir daqui para frente todo cuidado é pouco com o ilegítimo ocupante do governo brasileiro e sua patota, que leva o país a um retrocesso tão ou mais cruel do que no período ditatorial com os generais de plantão.
A propósito, como a mídia comercial conservadora está recordando com muitas saudades a figura de Roberto Campos, que logo no inicio do fatídico golpe de abril de 1964 prestou serviços inestimáveis a causa do entreguismo ao ocupar o Ministério do Planejamento, dividindo a responsabilidade econômica com Otávio Gouveia de Bulhões no Ministério da Fazenda, na gestão do general de plantão Castelo Branco. Bulhões, por sinal, antes de ocupar esse cargo era comentarista em O Globo, o mesmo jornal que naqueles tempos apoiava com entusiasmo tudo o que faziam os generais de plantão contra o povo brasileiro. E hoje repete a dose apoiando incondicionalmente os golpistas edição 2016.
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