Em resposta à convocação das centrais sindicais, diversas categorias têm decidido, por meio de assembleias, a adesão à Greve Geral de 28 de Abril. A mobilização critica as reformas da previdência e trabalhista.
Os socioeducadores, por exemplo, já estão mobilizados, como explica Aldo Damião. Ele é presidente do Sitsesp, o Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade.
“A insatisfação dos trabalhadores em geral está nítida. Todo mundo enxerga com medo a possibilidade de perder direito de aposentadoria, direitos trabalhistas", aponta.
De acordo com Damião há muita resistência na Justiça do Trabalho para se aceitar greves políticas, ou seja, que vão além das reivindicações salariais imediatas. Além disso, há uma série de entraves que os socioeducadores da Fundação Casa tentam driblar.
“Nós temos um problema: como funcionários públicos, a Fundação [Casa] pode debitar o dia não trabalhado. A resolução recente do TST estipula que automaticamente se debite o dia de greve do salário. O governo Alckmin é muito truculento, para ele demitir funcionários é fácil. Esse é o medo do trabalhador: ficar sem emprego”, lamenta.
A presidenta do Sinpro, o Sindicato dos Professores da Rede Privada de Guarulhos, Nara Di Beo, afirma que a mobilização aponta para uma unidade pouco vista na história recente brasileira.
“Temos que pensar em um contexto maior, de toda a classe, que vai sofrer com a reforma da previdência, com a reforma trabalhista, com a terceirização e a PEC 55. O Sinpro se soma na busca da unidade para que a gente consiga derrotar essas medidas. Estamos fazendo panfletagens, conversando com os professores", diz.
Em consulta feita pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, por exemplo, 81% dos bancários se manifestam favoráveis à Greve Geral. Na cidade de São Paulo, a paralisação das atividades será acompanhada de um protesto de rua, com concentração no Largo da Batata.
Professores da rede básica pública e de universidades, trabalhadores da indústria química, metalúrgicos, condutores e metroviários devem fortalecer a greve geral. Até mesmo o Porto de Santos deve ter seu funcionamento interrompido em 28 de abril.
A mais diversas categorias também estão aderindo ao movimento em outros estados do Brasil.
Edição: Anelize Moreira