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Mistérios sobre o Estado Islâmico se ampliam depois das revelações de Snowden

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Ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden vive atualmente em Moscou
Ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden vive atualmente em Moscou - Divulgação
As revelações de Snowden aumentam as dúvidas relacionadas com o Estado Islâmico

O uso de uma arma das mais potentes do arsenal bélico norte-americano, que ganhou a denominação de mãe de todas as bombas, por ser apenas menos potente do que uma bomba nuclear ocupou espaços midiáticos dos mais variados em muitas partes do mundo. Mas uma recente denúncia do ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, não teve a mesma divulgação. Snowden, vivendo em Moscou, revelou em sua conta no Twitter que os túneis destruídos no Afeganistão, mais precisamente na fronteira com o Paquistão, pela tal bomba ultra potente não nuclear foram construídos por Washington.

Quer dizer, as tais redes de túneis utilizados tempos atrás pela patota de Bin Laden para combater os soviéticos, que ajudavam o governo afegão da época, foram gastos com o dinheiro dos Estados Unidos. Snowden recordou inclusive um artigo do jornal The New York Times escrito em 2005 que abordava o tema.

As revelações de Snowden aumentam as dúvidas relacionadas com o Estado Islâmico. Snowden também revelou que os membros do Estado Islâmico ou Daesh supostamente atacados utilizavam as mesmas instalações que os agentes da CIA em sua luta no Afeganistão em 1980 contra a União Soviética.

Por estas e outras que podem não ter sido divulgadas e se encontram nas zonas das sombras, é tudo muito estranho em relação ao Estado Islâmico, inclusive se o governo estadunidense combate para valer a organização terrorista que atua na Síria e no Iraque provocando vítimas inocentes, como aconteceu nestes dias quando civis estavam sendo retirados de uma área conflagrada da Síria, tendo sido atingido um grande número de crianças.

É necessário, portanto que se investiguem mais a fundo os acontecimentos nas regiões conflagradas e que diariamente atingem vítimas inocentes.

Tem mais, o Estado Islâmico agora se utilizava dos tais túneis construídos pelos Estados Unidos, que gasta milhões de dólares atualmente para destruir o que foi construído pelos próprios Estados Unidos. Diante dessa revelação, vale uma pergunta: o uso dos túneis pelo Estado Islâmico (Daesh, em árabe) era consentido por Washington? O uso da super bomba não nuclear foi apenas uma jogada de marketing do complexo industrial militar? Os mortos, oficialmente pouco mais de 90, foram realmente de integrantes do grupo terrorista que, segundo denúncias, age em conformidade com os Estados Unidos? O total de mortos é o revelado ou pela potência da bomba o número foi superior, atingindo outros segmentos, não necessariamente terroristas?

Num ambiente de sombras como tem acontecido a cada dia aumentam as dúvidas sobre o que realmente está acontecendo, ainda mais agora depois que o atual presidente estadunidense, Donald Trump, decidiu verdadeiramente se posicionar de acordo com os interesses financeiros do complexo industrial militar.

* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.

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