Saúde

Amazônia perdeu mais de mil leitos de internação pediátrica em sete anos

Os leitos são destinados a crianças que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas.

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Entre 2010 e 2016, mais de 10 mil leitos de internação em pediatria clínica foram desativados na rede pública de saúde no Brasil.
Entre 2010 e 2016, mais de 10 mil leitos de internação em pediatria clínica foram desativados na rede pública de saúde no Brasil. - Empresa Brasil de Comunicação

Em sete anos, estados da Amazônia perdem mais de mil leitos de internação pediátrica pelo SUS. Os dados são de levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Entre 2010 e 2016, mais de 10 mil leitos de internação em pediatria clínica foram desativados na rede pública de saúde no Brasil. Os leitos são destinados a crianças que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas.

Quase 12% dessas vagas foram perdidas em hospitais da Amazônia Legal. A maioria delas no Maranhão: 604. Os estados da região Norte desativaram 428 leitos. Mato Grosso, 144.

Luciana Rodrigues, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria alerta para os riscos da falta de leitos no país.

Segundo a pediatra, muitas vezes os médicos precisam internar as crianças para ampliar o diagnóstico, começar um tratamento imediato e não têm pra onde mandar os pacientes.

“Essas crianças ficam esperando haver uma vaga para serem transferidas e serem tratadas de maneira adequada. E isso atrasa o diagnóstico, atrasa o tratamento devido.”

Outro dado alarmante: 40% dos municípios brasileiros não possuem nenhum leito de internação na pediatria.

Sobre a perda de leitos no Maranhão, a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que a redução ocorreu nas unidades de gestão municipal. E que os leitos pediátricos gerenciados pelo Governo maranhense aumentaram de 150 para 243, o que significa um crescimento de 62%, entre 2010 e 2016.

Segundo o Mistério da Saúde, a análise da oferta de leitos para crianças deve considerar a tendência mundial de desospitalização. E que tratamentos que antes exigiam internação passaram a ser feitos no âmbito ambulatorial e domiciliar.

A pasta informou que nos últimos anos investiu na expansão de leitos pediátricos e neonatais para atendimento de maior complexidade, como as UTIs. De acordo com o Ministério da Saúde, nestes casos houve crescimento de 15% na oferta, entre 2010 e 2016.

A boa notícia vem do Amapá. O Estado apresentou aumento na disponibilidade de leitos. A oferta passou 180 vagas para 230. O Amazonas também registrou um pequeno aumento: 2%. São únicos estados do país com crescimento de oferta de leitos pela rede pública.

De acordo com o último dado disponível no levantamento, o país dispõe de 38 mil e 200 vagas em leitos de internação em pediatria clínica para uso exclusivo do SUS.

Edição: Daniela Stefano