Ex-secretário de Transportes no governo de Luiza Erundina destaca que mudança precisa de debate com sociedade
Eu me chamo Lúcia Helena, moro no Jaçanã. A minha opinião é sobre os cobradores, que eles vão tirar [dos ônibus]. Não é justo isso. Tanto pai de família. Eles falam que vão dar emprego, mas vão dar para quantos? Vão ficar todos esses pais ou filhos, que sustentam a casa, desempregados? Já pensaram nisso? O país já está uma coisa e colocam mais esse tanto [de desempregados]? Sim ou não tem que ter alguém lá para cobrar, para defender a gente dentro do ônibus. A minha opinião é essa.
Oi, Lúcia Helena, meu nome é Lúcio Gregori, sou engenheiro e fui secretário de Transportes de São Paulo no tempo da Luiza Erundina. Isso que você fala é muito sério. Não se pode fazer uma medida como essa atabalhoadamente como o prefeito [João Doria, do PSDB] está fazendo, provocando desemprego sobretudo em um momento tão difícil pelo qual atravessa o país hoje. De outro lado, a gente precisa pensar que, de fato, cada vez mais os cobradores serão desnecessários, uma vez que quase todo mundo paga sem dinheiro, paga com bilhete e as maquinetas dispensam o cobrador. Além do que, o cobrador acaba sendo pago, quando ele recebe o salário, de uma certa forma, através da tarifa que você paga, o que também não é razoável. Mas isso tudo mostra que é um assunto que merece uma discussão aprofundada, e não ser feita atabalhoadamente como o prefeito está fazendo, provocando uma discussão muito justa e que você, com muita razão, está pondo em discussão.
Edição: Brasil de Fato