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Políticos e Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio estão na bola sete

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Jorge Picciani há muito tempo está sem condições morais de seguir ocupando o cargo
Jorge Picciani há muito tempo está sem condições morais de seguir ocupando o cargo - Valter Campanato/Agência Brasil
Este é o Brasil de Temer e seus associados do PMDB, PSDB, DEM e demais partidos

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), há muito tempo está sem condições morais de seguir ocupando o cargo. Ainda mais agora que ele foi obrigado a prestar esclarecimentos na Polícia Federal - condução coercitiva - sobre uma série de acusações que pesam contra este político que já foi acusado até de prática de trabalho escravo. Picciani, claro, terá todas as condições para se defender das acusações, mas como investigado não deveria seguir ocupando o cargo.

Junto a isso se deve acrescentar o fato de cinco dos sete integrantes do Tribunal de Contas do Estado do Rio terem sido presos, entre eles Marco Antonio Alencar, filho do ex-governador Marcelo Alencar, hoje nome de um túnel no Rio de Janeiro. Até porque, quem confirma a indicação dos integrantes pelo voto são os parlamentares estaduais, sob a hegemonia, como se sabe, do PMDB, o partido de Picciani e outras figuras conhecidas que controlam a região há longos anos e facilitaram também a vida do hoje presidiário Sérgio Cabral quando governava o Estado.

É hora de mostrar ao Brasil que figuras como Picciani, Sergio Cabral, Luz Fernando Pezão e tantos outros filiados ao PMDB são por assim dizer acidentes de percurso. Os eleitores foram enganados durante as campanhas eleitorais financiadas por grupos econômicos que exigiam e seguem exigindo a troca de favores. Foi assim com Sérgio Cabral, com a sua invenção política conhecida como Pezão e outros filiados ao partido que nacionalmente ocupa também o governo federal, esse último depois da efetivação de um golpe parlamentar, midiático e judicial.

É preciso, agora mais do que nunca, que os políticos mencionados, que não mais representam o povo, serem afastados o quanto antes, como tinha acontecido com outro presidiário, o ex-deputado Eduardo Cunha, que por incrível que pareça já presidiu aquela Casa Legislativa e foi um dos responsáveis pelo impedimento, sem crime de responsabilidade, da Presidenta Dilma Rousseff.

No futuro quando se estudar esse período, os brasileiros sentirão vergonha pelos acontecimentos de hoje. O golpe de abril de 1964 que levou o Brasil a uma longa noite escura de retrocessos e repressão violenta foi saudado em seu início por órgãos da mídia comercial conservadora e mesmo entidades como a ABI e a OAB. Essas duas com o passar do tempo se arrependeram. O Globo, entusiasta apoiador do golpe empresarial militar de 1964 chegou a fazer, mais de 50 anos depois, autocrítica pelo apoio, que na prática não valeu de nada porque não só apoiou como foi protagonista do golpe de 2016 como segue defendendo com entusiasmo um governo ilegítimo, como também tem enaltecido projetos que na prática estão levando o Brasil ladeira abaixo enquanto Estado soberano e que resultam em desmontes de conquistas sociais.

Este Brasil de Michel Temer e seus seguidores têm levado adiante também muitos projetos que em outros tempos não tiveram condições de serem aprovados e hoje com o apoio incondicional de parlamentares eleitos pelo poder econômico não escondem que estão com muita sede ao pote.

Nas últimas semanas o povo brasileiro começou a perceber que está sendo vítima de um setor que ocupou o governo federal e está a exigir que os trabalhadores paguem a conta de tudo, mas que possibilitam que os verdadeiros culpados, as representações do poder econômico, não sejam afetadas. Este é o Brasil de Temer e seus associados do PMDB, PSDB, DEM e demais partidos integrantes da base aliada.

Do lado do povo brasileiro estão os que se mobilizam em defesa das conquistas sociais e contra o retrocesso. Nesta sexta-feira (31) estarão nas ruas em protesto contra o estado de coisas atual e já se mobilizam por uma greve geral no dia 28 de abril.

Resta acompanhar como a mídia comercial conservadora cobrirá os acontecimentos mencionados. Até agora, movimentos nas ruas contra o governo golpista praticamente não são focalizados. Resta saber até quando.

* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.

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