O nome do ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira (PRB), aparece na segunda lista de pedido de abertura de inquérito da Procuradoria-Geral da República, entregue na última terça-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, ao menos seis ministros dos 29 ministérios do governo não eleito de Michel Temer (PMDB) podem ser investigados no âmbito da Operação Lava Jato por terem sido citados em delação de membros da construtora Odebrecht.
Pereira é apontado como destinatário de recursos para o PRB nas eleições de 2014. Pelo menos outros cinco ministros do governo Temer também engrossam a lista: o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes; Gilberto Kassab, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Comunicações; Eliseu Padilha, da Casa Civil; Bruno Araújo, do Ministério de Cidades; e o Secretário-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Os nomes aparecem nos novos vazamentos do conteúdo das delações, obtidos na quarta-feira (15) pelo Jornal Nacional, da emissora Rede Globo de Televisão.
A "lista de Janot", como é conhecida, relaciona autoridades que têm ou já tiveram mandato eletivo e teriam participado dos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a estatal Petrobras. Os nomes aparecem em aproximadamente 900 depoimentos prestados em regime de delação premiada por 78 executivos da construtora Odebrecht. Para isso, Janot é auxiliado por outros 16 procuradores.
Também integram a nova lista cinco governadores: Renan Filho (PMDB-AL), Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Fernando Pimentel (PT-MG), Tião Viana (PT-AC) e Beto Richa (PSDB-PR).
No STF, a decisão pela abertura de inquérito cabe ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato na Corte. Ele também decide se os casos serão enviados a outras instâncias. Caso sejam autorizados, começa a fase de investigação sobre o pagamento de caixa dois e de propina pela empreiteira.
No total, Janot enviou 320 pedidos com base nas delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht. Destes, 83 são pedidos de abertura de inquéritos e 211, declínios de competência para outras instâncias da Justiça. Este é o segundo vazamento da lista de Janot. A primeira foi divulgada há dois anos, em março de 2015.
Edição: Vivian Fernandes