Inaugurando o calendário intenso de lutas contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287/2016, que muda as regras da aposentadoria no país, mobilizações e paralisações ocorreram por todo o país. Segundo a Frente Brasil Popular (FBP) que, junto a Frente Povo Sem Medo, organiza as ações, mais de 440 mil trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas nesta quarta-feira (15).
O Brasil de Fato acompanha minuto a minuto as mobilizações. Outros protestos ainda estão marcados para o início desta tarde. Milhares de pessoas são esperadas nas ações em Manaus (AM); Salvador (BA); Cuiabá (MT); João Pessoa (PB); São Paulo (SP); Rio de Janeiro (RJ); Natal (RN); Porto Alegre (RS); Florianópolis (SC) e Aracajú (SE).
Ao longo do dia diversas categorias, entre elas, bancários, metalúrgicos, químicos, professores municipais e estaduais, servidores públicos; também cruzaram os braços aderindo ao protesto.
Apresentada ao Congresso Nacional pelo governo não eleito de Michel Temer (PMDB), a PEC 287 estabelece idade mínima de 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar e ainda exige contribuição de 49 anos para que o trabalhador possa receber o valor integral do salário. Alguns benefícios também poderão ser desvinculados do salário mínimo, diminuindo o valor da aposentadoria ao longo do tempo.
Confira a parcial das ações realizadas neste Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações contra a Reforma da Previdência (PEC 287):
Acre
Mobilização reuniu cerca de 7 mil pessoas pelas principais ruas da capital Rio Branco.
Alagoas
Ato reuniu cerca de 8 mil pessoas e organizações na Praça dos Martírios, centro de Maceió. Em Arapiraca, no agreste alagoano, concentração ocorreu na Praça Luiz Pereira Lima.
Bahia
Mobilização ocorreu em Juazeiro, em frente ao Paço Municipal, reunindo centenas de pessoas.
Ceará
Ação foi realizada na Praça da Bandeira, em Fortaleza, e reuniu cerca de 50 mil pessoas, que também protestaram em frente a sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) da capital.
Em Crateús, interior do estado, centenas de pessoas também de mobilizaram contra a PEC.
Distrito Federal
Na capital federal cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar; e 20 mil, segundo os organizadores; participaram da mobilização.
Espírito Santo
Mobilização ocorreu na Pracinha das Goiabeiras reunindo 3 mil pessoas.
Goiás
No estado goiano, a mobilização ocorreu no centro da capital Goiânia, reunindo cerca de 25 mil pessoas, e na cidade de Anápolis e Rio Verde, com a participação de movimentos populares e sindicais.
Minas Gerais
Na capital mineira, Belo Horizonte, cerca de 150 mil pessoas participaram da ação, que iniciou na Praça da Estação e seguiu para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em Mariana, Congonhas e Ouro Preto os professores, estudantes e movimentos realizaram paralisações. Em Governador Valadares, até o meio-dia, trabalhadores do transporte urbanos paralisaram o trabalho, algo inédito na cidade.
Pará
Na capital do estado, o ato reuniu 15 mil pessoa, seguiu a avenida Nazaré até o prédio da Previdência Social na cidade, terminando em frente a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Nas cidades de Canaã dos Carajás e Parauapebas, manifestantes também fecharam a PA -160 no sentido Canaã.
Paraíba
Centenas de pessoas concentraram-se em frente ao Sindicato dos Professores Municipais de Sousa (SINDPROMS-PB), vinculado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) . Outros atos também ocorreram em Campina Grande e Sousa Alto.
Paraná
Em Cascavel cerca de mil pessoas marcharam pelo Centro de Cascavel, região Oeste do Paraná. A manifestação reuniu trabalhadores da iniciativa privada, professores da rede municipal e estadual, servidores municipais e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), comerciários, frentistas, motoristas de ônibus, operários da construção civil, trabalhadores rurais, coletivos e estudantes.
Sindicatos, movimentos e entidades estudantis organizaram a ação. A marcha partiu da Catedral Nossa Senhora Aparecida, no Centro da cidade, e seguiu até em frente ao INSS.
Em Curitiba, mais de 20 mil pessoas marcham pelo centro da cidade. O ato partiu da Praça Santos Andrade e seguiu para o Palácio do governo, no Centro Cívico.
Na cidade também há paralisação dos motoristas e cobradores do transporte coletivo, dos professores da rede estadual e municipal de educação, os trabalhadores da limpeza pública, de bancários e vigilantes.
Pernambuco
No estado, trabalhadores da Educação aprovaram greve por tempo indeterminado. A decisão foi unânime sem votos contra ou abstenções.
Em Recife, capital, mobilização reuniu 50 mil pessoas. Outras 1o mil e 2 mil pessoas participaram, respectivamente, de ações em Petrolina e Caruaru. Em Caruaru, a sede do INSS foi ocupada.
Rio de Janeiro
Pela manhã, professores realizaram uma assembleia no Largo do Machado, centro da capital. A BR 356, que dá acesso ao porto do Açu, foi fechada. Em Maringá, as ruas no entorno do prédio do INSS foram ocupadas por cerca de 5 mil pessoas.
Rio Grande do Norte
No estado, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (SINTE-RN) aprovou a greve da categoria.
Rio Grande do Sul
Manifestações aconteceram nas cidades de Canoas, Caxias e Novo Hanburgo, reunindo cerca de 13 mil pessoas.
Rondônia
Cerca de 5 mil pessoas participaram de manifestação na capital do estado. Em Ouro Preto do Oeste, mais de 300 camponeses e camponesas, juntamente com trabalhadores da cidade, em especial professores, realizaram uma Marcha pelas principais ruas da cidade.
Roraima
Cerca de 5 mil pessoas participaram da mobilização no centro da capital Porto Velho.
São Paulo
A primeira mobilização da capital ocorreu no bairro Grajaú, extremo sul, e reuniu moradores articulados pelo Comitê de Resistência Cocaia e Região. Segundo informações do portal Periferia em Movimento, participaram do ato integrantes de movimentos por moradia locais, como o Nós da Sul e moradores da ocupação Unidos para Vender, no antigo Clube Aristocrata.
Tocantins
Mobilização ocorreu no centro da capital, Palmas, e reuniu cerca de 2,5 mil pessoas.
*Com informações de Lilian Campelo, Julio Carignano, Pedro Rafael, Raissa Lopes, Pedro Carrano.
Edição: Camila Rodrigues