Nesta quarta-feira (15), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) dá início à Greve Nacional da Educação, com 98% de adesão em todos os estados do Brasil. A entidade convoca, para os próximos dez dias de greve, pais, mães e responsáveis pelos estudantes para apoiar as atividades que serão feitas nas capitais e em diversos municípios do Brasil, em protesto contra a PEC 287, que trata da reforma da Previdência.
“Hoje é um dia de mobilização intensa da educação na defesa da aposentadoria, não só dos trabalhadores da educação, mas de toda a população brasileira, e de todas as gerações, a atual e as futuras”, disse, em entrevista ao Brasil de Fato, Fátima Aparecida da Silva, Secretária Geral da CNTE, sobre o início da greve.
A paralisação da CNTE vai até o dia 25 de março. Nesse período, serão várias as ações que trabalhadores e trabalhadoras da educação realizarão. “Serão ações com a comunidade. Vamos chamar os pais, as mães para explicar quais são os pontos que o governo está colocando para o fim da aposentadoria de todos os cidadãos brasileiros”, explica a secretária geral.
Como informado recentemente em matéria do Brasil de Fato, caso aprovada, a PEC 287 afetaria significativamente a economia de mais de 3 mil municípios. Assim, entre as ações que a CNTE realizará, haverá audiências nas câmaras municipais. “É muito importante o envolvimento das câmaras municipais, que os vereadores também tomem uma posição. Não é só porque a reforma é votada só pelos deputados federais em Brasília, que os parlamentos, tanto dos municípios, quanto dos estados não devam se posicionar”, conta Fátima Aparecida da Silva, que também afirma que serão solicitadas reuniões com prefeitos de diversos municípios.
Como defender a aposentadoria
A primeira tarefa nestes dez dias de mobilização, segundo Aparecida, é trabalhar para ter o entendimento comum de que “o fim da aposentadoria não é somente para os professores, é também para nossos estudantes, para as gerações que não entraram no mercado de trabalho e para os próprios pais e avós”.
A dirigente chama a população em geral a apoiar a paralisação de diversas formas. “Em primeiro lugar, participando das lutas que os sindicatos e frentes no Brasil estão chamando; também pressionando os vereadores e prefeitos de suas cidades, mandando mensagens para os deputados da região, manifestando-se contrários ao fim da aposentadoria”.
Por último, outra proposta é a de "se engajar nas atividades da comunidade, falar nas igrejas, nas missas de domingo, que isto que o governo está propondo é na verdade uma grande vingança contra os pobres do Brasil e contra as mulheres, entregando ao mercado financeiro a nossa aposentadoria e a das futuras gerações”.
Edição: Daniela Stefano