Espionagem

Wikileaks diz que CIA pode invadir TV, iPhone e Whatsapp

"Maior vazamento de documentos confidenciais da agência americana", considera a plataforma Wikileaks

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

O site Wikileaks, que divulga conteúdos confidenciais ao redor do mundo, publicou documentos que detalham ferramentas de interceptação de grande alcance usadas pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês).

O portal, liderado por Julian Assange, aponta que as supostas armas cibernéticas incluem malwares, vírus e cavalos de Troia criados para sistemas Windows, Android, iOS, OSX e Linux, além de roteadores de internet para espionar smartphones, computadores e televisões (as chamadas smart TVs). Os dispositivos são capazes de contornar até mesmo a criptografia de aplicativos de mensagens populares como o Whatsapp e o Telegram.

Parte do desenvolvimento do software ocorreu internamente, segundo o WikiLeaks, mas a agência de inteligência britância MI5 também teria ajudado a elaborar ataques de "spyware"- programas que espionam a atividade de dispositivos secretamente - contra televisões da marca Samsung.

São 8.761 documentos e arquivos que descrevem esse arsenal, que teria sido desenvolvido numa unidade de alta segurança isolada e situada dentro do Centro de Ciberinteligência da CIA, em Langley, no estado da Virgínia. O Wikileaks afirmou ainda que esses documentos consistem em apenas uma parte do que foi obtido.

O site não informou quem forneceu o material. Disse apenas que os programas estavam circulando de uma forma "não autorizada" entre funcionários e hackers que trabalham para o governo, e que um deles enviou o material para o Wikileaks. Essa fonte afirmou que fez isso para iniciar uma discussão sobre se "as capacidades da CIA ultrapassam seus poderes" e o "problema de fiscalização da agência por parte do público". 

Os documentos divulgados pela plataforma foram criados entre 2013 e 2016. O Wikileaks descreveu a divulgação como o maior ato de "publicação de documentos confidenciais da agência [CIA]".

Segundo o jornal The New York Times, um ex-agente da CIA disse que uma breve análise dos documentos sugere que eles são genuínos.

A informação não foi confirmada pela CIA. "Não comentamos sobre a autenticidade ou conteúdo de supostos documentos de inteligência", afirmou um porta-voz à BBC.

Edição: Camila Rodrigues da Silva