Na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) hoje predomina a censura
O governo golpista de Michel Temer (PMDB) está mesmo a cada dia mostrando a sua cara. Como se não bastasse ter acabado com o Conselho Curador, onde se encontravam representantes da sociedade civil e reforçava a mídia pública, na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) hoje predomina a censura.
Acabou de ser demitido o coordenador geral de jornalismo da Agência Brasil, o jornalista André Muniz. Motivo: a Agência cobriu um ato do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) nesta quinta-feira (2). É dessa forma que age o espaço estatal representado pela EBC, presidida por um tal de Laerte Rimoli, um protegido e indicado pelo deputado cassado Eduardo Cunha.
Os manifestantes protestavam pela paralisação nas contratações de casas do Minha Casa, Minha Vida, na faixa que atende as famílias com menor renda. O movimento está acampado há mais de 15 dias em frente ao escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista. O ato ganhou visibilidade em diversos veículos em todo o país. Na Agência Brasil, o texto citou apenas as complicações geradas no trânsito.
O Brasil assim perde a oportunidade histórica de desenvolver uma mídia pública, exatamente porque o usurpador Temer optou por acabar com o projeto e priorizar uma mídia estatal. Como se não bastasse, os ocupantes usurpadores da EBC sob o comando de Rimoli decidem adotar como norma a censura e, no caso, demitir quem ouse fazer jornalismo.
A direção da EBC também impediu que a TV Brasil durante o Carnaval colocasse no ar qualquer bloco que se manifestasse com o “Fora Temer”, nem mesmo a Agência Brasil registrou manifestações contrárias ao presidente não-eleito. E por este Brasil vários blocos fizeram isso, como até a Globo News mostrou.
Vale lembrar também que o comandante da censura ordenada pela Casa Civil, a quem a EBC hoje é subordinada, Laerte Rimoli, um ex-global prestou serviços à campanha eleitoral de Aécio Neves, um político que quando governou Minas Gerais se comportou mal com jornalistas que não aceitavam suas imposições.
É assim que vai o Brasil de Temer descendo ladeira abaixo com censura e tudo mais, para evitar que o povo brasileiro seja informado. Não é à toa que em várias cidades os foliões com alguma informação pediam a saída imediata deste presidente golpista e usurpador, que está fazendo o país retornar a posição de colônia.
Por estas e outras, torna-se cada vez mais urgente o fim do pesadelo representado por Temer e sua patota peemedebista e tucana. E se continuarem por mais tempo, o Brasil vai afundar de vez.
* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.
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