AMÉRICA DO SUL

Como diálogo político com oposição, Maduro liberta sete políticos na Venezuela

"Diálogo é o caminho para a Venezuela", diz Ernesto Samper, Secretário Geral da Unasul

Ópera Mundi |
Rosales postou foto em sua conta no Twitter comemorando a liberdade
Rosales postou foto em sua conta no Twitter comemorando a liberdade - Reprodução

Autoridades venezuelanas libertaram, neste sábado (31), o ex-candidato presidencial venezuelano Manuel Rosales, preso desde 15 de outubro de 2015 por suposto enriquecimento ilícito enquanto foi governador do estado de Zulia. Outros cinco políticos detidos no país também foram libertados. São eles: Nixon Leal, Ángel Contreras, Yeimi Varela, Gerado Carrero, Scarli Duarte e Leocenis García.

O diálogo político realizado em Caracas entre governo e oposição desde novembro do ano passado, tem a participação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e mediação do Vaticano e visa encontrar uma solução diplomática para a crise que se arrasta há anos no país.

"Informo ao povo da Venezuela que fui posto em liberdade junto a outros ‘presos políticos’", anunciou Rosales através da rede social Twitter.

A libertação de Rosales e dessas outras seis pessoas foi vista pelo Secretário Geral da Unasul, Ernesto Samper, como uma demonstração de que o diálogo é o caminho para a Venezuela.

“Bem-vindos à liberdade Manuel Rosales e seus companheiros. Este passo demonstra que o diálogo é o caminho para a Venezuela”, escreveu Samper em seu Twitter.

Em tom mais crítico, o Secretário Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, escreveu em sua conta no microblog que “é dever do governo da Venezuela liberar todos os presos políticos, restabelecer direitos das pessoas e funcionamento da democracia”.

A MUD (Mesa da Unidade Democrática), coalizão de partidos opositores, considerou como “um passo positivo, um passo na direção correta” para o restabelecimento da ordem política. Mas, de acordo com o grupo opositor, a medida não é suficiente e pediu a libertação de mais de uma centena de pessoas que eles consideram presos políticos.

Políticos presos

Rosales retornou à Venezuela em 15 de outubro de 2015, depois de seis anos de autoexílio pelo qual optou devido a uma ordem de apreensão ao ser acusado por corrupção pela Justiça em 2009, três anos após perder as eleições presidenciais para Hugo Chávez. Ele foi detido logo após descer do avião devido a supostos casos de corrupção praticados quando era governador do Estado de Zulia.

Romero era considerado pela oposição como um dos políticos mais proeminentes mantido preso, assim como Leopoldo López

Os demais libertados estavam encarcerados devido a atos relacionados com os protestos violentos realizados no país em 2014 e que resultaram na morte de 43 pessoas. Outras 873 pessoas ficaram feridas e mais de 2.500 foram detidas.

Gerardo Carrero, por exemplo, encabeçou o grupo de estudantes que durante semanas acamparam diante do escritório das Nações Unidas em Caracas para chamar a atenção para a suposta repressão do governo contra os protestos de 2014.

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