Entrevista

Dilma: Não tenho raiva dos traidores, só desprezo

“Eu não penso em voltar à política. Penso que o grande presidente para o Brasil é Lula”, declarou em entrevista

Brasil 247 |
Dilma concedeu entrevista ao jornalista Luis Novaresio, do portal argentino Infobae
Dilma concedeu entrevista ao jornalista Luis Novaresio, do portal argentino Infobae - Arquivo/ABr

A presidente deposta Dilma Rousseff não pensa em voltar à política. Em vez disso, defende o retorno de seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Lula, ao poder. “Eu não penso em voltar à política. Penso que o grande presidente para o Brasil é Lula”, declarou, em entrevista ao jornalista Luis Novaresio, do portal argentino Infobae.

Dilma compara sua situação de vítima de um golpe parlamentar com a da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, em quem diz acreditar “inteiramente” na inocência. Kirchner é acusada formalmente de corrupção pela Procuradoria Federal da Argentina e de ter cometido manobras ilegais durante sua gestão, que teriam causado prejuízos ao país.

“Eu acredito totalmente na inocência de Cristina Kirchner. Com ela estão fazendo a mesma coisa que eles fizeram para mim. O meu era um golpe parlamentar. Com ela tomou a forma de uma campanha eleitoral. Eu ganhei. Você poderia ter tido a vitória de Daniel Scioli”, disse Dilma, em referência ao candidato derrotado por Mauricio Macri na Argentina ano passado.

Sobre o sentimento que nutre pelos golpistas que lhe depuseram, descreve: “Raiva pelos que me destituíram? A raiva se pode ter com quem você tem relações estreitas, isso implica uma certa intimidade. Não se pode ter raiva dos traidores, apenas desprezo”.

Ela também sai em defesa do ex-presidente Lula: “Presidentes como Lula ou Cristina, que se atreveram a gerar redistribuição de riqueza, são vistos como inimigos pela oligarquia neoliberal. E os inimigos são destruídos”. Em referência ao golpe, avalia que “o que se passa com as oligarquias financeiras, alguns empresários e outros setores é que eles perceberam a oportunidade de implementar um sistema que de outra forma não teriam conseguido impor”.

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