O ano de 2016 no Brasil marcou o início de uma série de perdas de direitos e de conquistas sociais para a sociedade brasileira e, no caso da população campesina e indígena, essas mudanças parecem ter sido ainda mais intensas.
O fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário pelo governo não eleito de Michel Temer; as medidas em trâmite no Congresso, como a PEC 278 de Reforma da Previdência; o assassinato de lideranças e a criminalização institucional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) são alguns dos exemplos do impacto do impeachment de Dilma Rousseff e do retrocesso político, em geral, que o país vive atualmente.
Além disso, entre janeiro e novembro deste ano, foram registrados 54 homicídios provocados por disputas por terras, superando os 50 mortos em 2015, segundo levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Com o índice, o ano de 2016 já configura como o mais violento no campo desde 2003, quando 71 foram mortos no campo.
Em contrapartida, a luta dos movimentos campesinos e indígenas segue forte. Diversos eventos culturais, jornadas de mobilizações e apoio de personalidades também marcaram 2016. Nessas ações se nota que, diante do contexto político brasileiro, o movimento campesino conseguiu se conectar mais com os movimentos populares urbanos.
O Festival de Arte e Cultura da Reforma Agrária, realizado em Belo Horizonte (MG), a inauguração do Armazém do Campo em São Paulo e o sucesso na arrecadação de fundos para criação do Campo de Futebol Dr. Sócrates Brasileiro, centro esportivo que será construído na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), reforçam essa mobilização, mesmo diante do cenário atual.
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