Alemanha

Estado Islâmico reivindica autoria de atentado em Berlim

Antes do anúncio, governo alemão já havia passado a tratar o caso oficialmente como um “atentado terrorista”

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Atentado ocorreu em um mercado natalino na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, por volta das 20h (horário local)
Atentado ocorreu em um mercado natalino na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, por volta das 20h (horário local) - F. Hofman/DW

O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou nessa terça-feira (20) um texto, por meio de sua agência de notícias, em que reivindica a autoria do atentado de segunda (19) em Berlim, quando um caminhão atropelou frequentadores de uma feira de natal na Breitscheiplatz, ao oeste da cidade. Segundo o texto, o motorista era um “soldado” do grupo.

O governo alemão passou nesta terça a tratar o caso oficialmente como um “atentado terrorista”, segundo o ministro do Interior, Thomas de Mazière. “Nós não temos mais nenhuma dúvida, de que se trata de atentado os horríveis eventos da noite de ontem”, disse.

Mais cedo, Merkel já havia dito que, consideradas as informações até o momento, se deveria “presumir de que se trata de um ataque terrorista” e, além disso, afirmou que “seria especialmente difícil de suportar, caso isso se confirme, que essa ação foi cometida por uma pessoa que pediu proteção e asilo à Alemanha".

O ataque deixou ao menos 12 mortos e 48 feridos. A polícia anunciou um reforço na segurança nas ruas em volta da Breitscheidplatz, onde ocorreu o atentado, e em outros locais de grande movimentação, como a Hauptbahnhof (estação central de trens) e a Potdsamer Platz, além de outros mercados natalinos.

Suspeito libertado

Um suspeito da ação, preso logo após o ataque, foi solto no começo da noite em Berlim (tarde em Brasília) por falta de provas. Trata-se de um paquistanês, de 23 anos, que pediu asilo na Alemanha em 31 de dezembro do ano passado e aguarda o resultado da solicitação.

Segundo o jornal Berliner Morgenpost, o paquistanês não sofrerá nenhuma acusação no momento. Durante o depoimento, afirma o jornal, o homem deu muitas informações, mas negou qualquer tipo de envolvimento.

Ainda de acordo com o periódico, as testemunhas não deram 100% de certeza de que ele seria a pessoa que dirigia o caminhão e as investigações também não apontam que ele poderia, eventualmente, ser essa pessoa.

O homem residia em um albergue de refugiados instalado em um dos hangares do antigo aeroporto de Tempelhof e tem passagem na polícia por crimes menores. Ele não consta, no entanto, em nenhuma base de dados de supostos terroristas.

O paquistanês havia sido detido por uma viatura da polícia a cerca de dois quilômetros do local do atentado, junto à Coluna da Vitória, situado no parque Tiergarten

Na última madrugada, agentes das forças especiais da polícia alemã fizeram buscas no albergue em que o suspeito residia em uma operação que contou com cerca de 250 efetivos, mas não encontraram nada que o incriminasse.

Homenagem

Uma missa foi realizada nesta terça em homenagem aos mortos e feridos no ataque. As autoridades alemãs compareceram em peso à Gedächtniskirche, que fica em frente à praça onde ocorria a feira e na qual foi realizada a missa.

Durante a cerimônia, o prefeito de Berlim, Michael Müller, pediu que o ódio “não seja resposta ao ódio”. “Façamos o que todos nós berlinenses fazemos, sempre que tivemos temos difíceis: permanecermos juntos. Há décadas vivem juntos em Berlim as mais diferentes pessoas, e assim isso deve continuar. Nossa resposta é manter nossa atitude. Respeito, tolerância e não violência são nossos valores conjuntos. Lutemos por eles, para que a cidade continue a estampá-los.”

 

 

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