Em um ambiente econômico geral adverso, um setor se destaca: o fundo de previdência privada. Em 2016, o número de pessoas que fizeram esse tipo de investimento em outubro aumentou 5,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. A previsão é de que o volume de recursos captados em 2017 seja 25% superior ao deste ano.
O montante de recursos captados por esse tipo de serviço atingiu R$ 38 bilhões até novembro de 2016. Isso representou um aumento de 17,6% em relação a 2015. Os dados, incluindo a expectativa para o próximo ano, são da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
A provável Reforma da Previdência defendida pelo governo não eleito de Michel Temer (PMDB) estimula a procura pelos chamados fundos complementares. Neste quesito, a proposta elaborada pelo Planalto guarda proximidade com os interesses econômicos desse setor.
Compromisso
Antes da apresentação da proposta de Reforma da Previdência, o atual secretário da pasta, Marcelo Caetano, deu mais ouvidos aos empresários do que às entidades representativas de trabalhadores. Levantamento realizado pela revista Carta Capital baseado em sua agenda oficial indica que Caetano se encontrou apenas uma vez com as centrais sindicais.
Desde que assumiu o cargo, em 21 de julho, Caetano teve 70 compromissos divulgados. Destes, 21 envolviam representantes do setor bancário, de fundos de pensão e fundos de investimento e três com organizações patronais. Ele recebeu até mesmo, em 6 de outubro, o Movimento Brasil Livre, organização de direita que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e faz parte da base de apoio político a Michel Temer.
Entre as instituições recebidas por Caetano estão: JP Morgan, Bradesco, Wellington Management, Santader, Itaú, BBM, XP Investimentos, Pimco e GAP Asset Management.
Apenas no dia anterior à apresentação da proposta de Reforma, 5 de dezembro, Caetano recebeu representantes de centrais sindicais.
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