A Polícia Militar (PM) do governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) reprimiu manifestantes que protestavam, em frente À Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), desde as 10h, contra o pacote de medidas que prevêem cortes nos programas sociais, aumento de impostos para trabalhadores assalariados e aposentados, redução de direitos trabalhistas, congelamento de salários, entre outras medidas. A votação do pacote de leis do governo estadual começou nesta terça-feira (6) e deve acontecer até segunda-feira (12).
Manifestantes denunciaram que milhares de disparos foram efetuados contra quem estava em frente à Alerj para reivindicar seus direitos. O comércio fechou e as ruas foram tomadas por fumaça das bombas de gás. "Hoje o centro do Rio estava em guerra. Já passava das 16h e a tropa de choque ainda estava perseguindo manifestante nos arredores da Alerj. E mesmo com os protestos o projeto de lei que era para ser votado hoje foi aprovado e amanhã continua a votação. Nós vamos continuar protestando e nos dias 14 e 15 de dezembro todos os servidores públicos vão realizar uma paralisação de 48h", relata a professora Marta Moraes, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ).
Árvores, escadas e muros próximo à Alerj viraram barricadas usadas pelos manifestantes que se protegiam da violência policial. Os policias se posicionaram nos telhados próximos para atirar balas de borracha contra os manifestantes.
Nem os templos religiosos passaram ilesos. Policiais jogaram bombas de gás dentro da igreja São José, um prédio do século 18, considerado Patrimônio Histórico da cidade. Até mesmo as janelas e torres foram usada pela PM para disparar balas de borracha contra os trabalhadores. Pelo menos um caveirão blindado foi usado na operação "antiprotesto" que também contou com um grande número de explosões de bomba de gás lacrimogênio. “Uma verdadeira batalha campal está sendo travada no centro do Rio de Janeiro. A cavalaria da PM foi usada para atacar manifestantes. Algumas pessoas estão machucadas”, relatou um ativista da Mídia Ninja em vídeo ao vivo.
“O que a PM está fazendo é uma vergonha, aqui só tem trabalhadores, pai e mãe de família”, diz um dos manifestantes, enquanto tentava se proteger nas proximidades da Garagem Menezes Cortes.
Entre os servidores públicos que protestavam estavam presentes professores, estudantes, policiais civis e militares, bombeiros, funcionários da Justiça, da saúde e da administração pública.
“Enquanto a base do governo insiste em votar o pacote de maldades de Pezão, com galerias fechadas e sem a participação da população, continua a intensa repressão aos servidores do lado de fora da Assembleia Legislativa”, relatou o deputado Marcelo Freixo (Psol) em suas redes sociais.
Mesmo com intensos protestos durante todo o dia, deputados da base aliada de Pezão votaram uma parte do pacote.
Entre os projetos apresentados pelo governo de Pezão (PMDB) está o aumento da contribuição previdenciária de 11 para 14%, o adiamento para 2020 dos aumentos salariais aprovados em 2014, que entrariam em vigor em 2017, o fim dos programas Aluguel Social, Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, cobrança de tarifa da balsa que vai de Ilha Grande e Paquetá para o Rio de Janeiro; limitação do bilhete único; entre outras medidas austeras.
Edição: Vivian Virissimo
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