Nesta sexta-feira (2), comemora-se o Dia Nacional do Samba e, em 2016, comemora-se a gravação da canção "Pelo Telefone", considerada a primeira do Brasil segundo registros da Biblioteca Nacional.
Para homenagear esse ritmo que marca a identidade brasileira, o Brasil de Fato preparou um especial multimídia para recuperar a memória do samba a partir dos relatos de quem fez e faz a história em São Paulo e no Rio de Janeiro, sem esquecer as origens e referências da Bahia.
Aliás, o Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso, que havia composto o samba "Na Baixa do Sapateiro", em 1938, reverenciando a capital baiana.
Confira o especial:
:: RÁDIO | Ouça a reportagem sobre Fatos curiosos da história do samba
:: As raízes negras do samba, por Luiz Ricardo Leitão
Leci Brandão
A compositora, cantora e deputada estadual Leci Brandão fala sobre ser a primeira compositora da Escola de Samba "Estação Primeira de Mangueira", além de comentar sua vasta experiência com o samba, sua trajetória com cantoras como Dona Ivone Lara e sua admiração por Clementina de Jesus. Confira:
Moacyr Luz
O músico e compositor Moacyr Luz conta que conheceu o samba porque o pai era presidente de um clube de futebol de várzea e, aos domingos, depois dos jogos, eles iam para a "sede do clube", que era o botequim mais próximo do campo. "Conheci o samba vendo lata batendo, reco-reco feito de chapinha e me apaixonei definitivamente por esse ritmo", relata.
Salgadinho
O cantor Salgadinho afirma que "samba e pagode é uma coisa só", mas revela algumas diferenças entre os ritmos, e compartilha suas influências musicais.
Tadeu Kaçula
O produtor musical e sociólogo Tadeu Kaçula faz uma recuperação histórica e relaciona os ciclos econômicos do Brasil com a produção musical dos povos africanos ao longo dos anos até a consolidação dos sambas em diferentes locais do Brasil. Confira:
Teresa Cristina
A cantora cariocaTeresa Cristina conta que quem apresentou o samba a ela foi seu pai, seu Lula, que ouvia muito discos do Candeia e do Roberto Ribeiro.
Sobre o futuro do samba, ela diz: "O meu sonho e a minha vontade é que as compositoras mulheres possam fazer samba no gênero feminino e que a gente possa dar algum tipo de resposta à situação da mulher no samba, porque na letra do samba ela não presta, ela é safada, ela é infiel, ela não tem coração... E isso é uma condição humana, não é exclusividade da mulher. E como os sambas foram feitos por homens durante quase todo tempo, minha vontade é que essas letras mudassem".
Wilson das Neves
O baterista, cantor e compositor Wilson das Neves tem 62 anos de carreira, 13 discos e mais de 750 parceiros de gravação. Ele conta como teve seu primeiro contato com o samba: "Eu tinha uma tia que fazia muitas festas... E na casa dela tinha show, tinha roda de partido alto, e foi aí que eu conheci o samba. Na barriga da minha mãe eu já ouvia samba".
Edição: Camila Rodrigues da Silva
Edição: Luiz Felipe Albuquerque