A terceira edição do Festival Carioca de Arte Pública está em cartaz no Rio de Janeiro. Com objetivo de ocupar o espaço público com arte e cultura, o evento mobiliza diversos artistas de rua em apresentações e cortejos. Até o dia 14, o festival se manifesta por sete praças históricas da cidade, entre elas, Cinelândia, Praça Marechal Âncora, Praça Muhammad Ali, Cais do Valongo, Praça da Lapa, Praça XV e Praça Mauá.
“No momento em que o Brasil se fecha em si mesmo atemorizado e confuso em relação ao futuro, o festival pode ser uma janela de esperança em um futuro melhor e mais alegre”, explica o ator, diretor e teatrólogo, Amir Haddad, coordenador do festival. O evento foi pensado pelo Fórum Carioca de Arte Pública, tem o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura e realização do Instituto Tá Na Rua e da Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades. O fórum, que já acontece há quatro anos, é um espaço de encontro, troca de vivência e debates sobre políticas públicas para as artes públicas no galpão do grupo de teatro Tá Na Rua, na Lapa.
Segundo Amir Haddad, esta é uma experiência pioneira e legitimamente carioca. “O Rio de Janeiro sai na frente neste setor. Mas ainda não temos políticas públicas consistentes para a área. Só a Lei do Artista de Rua, recentemente regulamentada e sempre desrespeitada pelo agentes da Ordem Pública”, acrescenta.
Todos os dias, o festival apresenta atrações diversas pelas praças da cidade. Já nesta sexta-feira (11), a Feira de Arte Pública apresenta um cortejo de diversos artistas desenvolvendo sua arte na Cinelândia, a partir das 15h. Entre as atrações estão a Banda Kosmo Coletivo Urbano, Sergio Biff e o Teatro de Bonecos Cinemagéia, Cesar Guedes e o Circo do Palhaço Gracinha, Wagner Perrayon e seu Violino, Estrela do Oriente, grupo de dança cigana, e Isael do Cordel.
“O conceito de ‘arte pública’ ainda é muito novo e, ao mesmo tempo, muito antigo. Uma arte que se faz e que se produz para todos, sem distinção de classe ou nenhuma outra forma de discriminação, podendo ocupar todo e qualquer espaço, e com plena função social de organizar o mundo, ainda que por instantes, fazendo renascer na população a esperança. Um direito de todo e qualquer cidadão”, explica Amir Haddad.
Outra atração de destaque do festival fica por conta do novo trabalho do Grupo Tá Na Rua, a peça “Shakespeare e os Orixás – A Tempestade”. O espetáculo é uma adaptação da peça “A tempestade”, que conta a história de Próspero, nobre erudito, exilado em uma ilha por um golpe político. Cercado por entidades poderosas e controversas, através de estudos e conhecimentos exotéricos, o personagem desenvolve enormes poderes mágicos.
Na adaptação, os seres mágicos do universo mitológico são substituídos por entidades da religião afro-brasileira. A ilha onde vive o protagonista se transforma no Brasil. Na narrativa, disputas políticas acontecem, enquanto o universo mágico dos orixás e exus servem de sustentação para Próspero recuperar suas forças e as esperanças de uma volta vitoriosa à sua terra. A peça será apresentada no sábado (12), a partir das 15h, na Praça XV.
A programação completa do Festival Carioca de Arte Pública está disponível na página do Facebook.
Edição: Vivian Virissimo
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