Para ele, porém, o maior desafio desta conferência será convencer o setor financeiro e as grandes economias mundiais — principalmente as que mais emitem gases estufa — que investir no combate às mudanças climáticas pode ser lucrativo, rompendo com a lógica capitalista de que a única forma de obter crescimento econômico é esgotar os recursos naturais.
Na COP22, que ocorrerá entre os dias 7 e 18 de novembro, os países participantes que ratificaram o Acordo de Paris, colocado em vigor há quatro dias, discutirão estratégias para consolidar o documento.
Isto inclui encontrar medidas que possam ser cumpridas por todas as nações signatárias, revisar o mecanismo de “perdas e danos” (dispositivo ativado quando ocorrem desastres naturais), garantir a transparência das iniciativas de combate às mudanças climáticas, auxiliar países mais vulneráveis para que tenham condições de ratificar o acordo, entre outros.
“O que já temos na mesa é o que podemos esperar [dessas discussões]”, disse a jornalistas a secretária executiva da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), Patrícia Espinosa.
“Já foram colocadas [em Paris] metas muito ambiciosas. Os países não podem colocar metas menos ambiciosas ou reduzir suas metas daqui para frente”, afirmou.
EUA
Espinosa também tratou sobre as eleições nos Estados Unidos, que ocorrerão nesta segunda-feira (07/11), comentando a possibilidade de que o empresário republicano Donald Trump vença o pleito.
“O fato é que temos um acordo que já entrou em vigor. Qualquer contratempo ou tentativa de reverter o que já foi feito requer certos procedimentos. Não é tão simples”, afirmou Espinosa.
“Nós estaremos prontos [para o resultado das eleições] e vamos ter que trabalhar com o presidente que seja eleito e contribuir para que continuemos a ter uma parceria saudável e significativa com os EUA”, disse.
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