Ocupações das Escolas

Ato em apoio às ocupações de escolas será realizado nesta quinta-feira em Curitiba

Objetivo, de acordo com a organização, também é denunciar a PEC 241

Curitiba (PR) |
Concentração está marcada para às 18h30, na Praça 19 de dezembro, no Centro de Curitiba
Concentração está marcada para às 18h30, na Praça 19 de dezembro, no Centro de Curitiba - Leandro Taques

A frente CWB Contra Temer, que tem organizado manifestações em Curitiba desde o início das ameças de golpe contra a presidenta afastada Dilma Rousseff, está convocando um ato em apoio às ocupações de escolas e contra a PEC 241 para esta quinta-feira (27). 

A concentração está marcada para às 18h30, na Praça 19 de dezembro, no Centro de Curitiba.

De acordo com o integrante da frente, Luiz Belmiro, a intenção é fazer com que os estudantes não se sintam sozinhos neste momento. “É preciso mostrar ao governador e à grande imprensa que há sim uma parcela da população que apoia as ocupações”, afirma.

As ocupações de escolas contra as reformas no ensino médio, por meio da Medida Provisória (MP) 746, anunciadas pelo governo de Michel Temer (PMDB), iniciaram no Paraná na noite do dia 3 de outubro, quando aproximadamente 200 alunos ocuparam o Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, em São José dos Pinhais, na região Metropolitana de Curitiba.

Após 24 dias de ocupações, que se espalharam pelo estado e pelo pais, o movimento Ocupa Paraná, composto por secundaristas, calcula 800 escolas, mais de 15 campi de universidades e 3 Núcleos Regionais de Educação ocupados no Paraná.

Violência
Na tarde de segunda-feira (24), o adolescente Lucas Eduardo Araújo Mota, de 16 anos, foi encontrado morto nas dependências do Colégio Estadual Santa Felicidade, Safel, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. 

O suposto autor do crime, conforme indicou Wagner Mesquita, secretário de Segurança do Paraná, tem 17 anos e também é aluno da escola. Os colegas teriam se desentendido após consumo de “droga sintética”.   

O incidente gerou manifestações de ódio às ocupações por parte de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e incentivou pedidos de reintegrações de posse, alguns deles revertidos de acordo com a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes). 

Em nota, a frente CWB Contra Temer repudiou as manifestações de ódio e as ameaças sofridas por estudantes em algumas escolas na capital e no interior do estado. 

Esta 'tática de terror' teve início após encontro do governador Beto Richa com o Ministro da Educação Mendonça Filho no início da semana passada, seguida de uma série de ações coordenadas no sentido de criminalizar e amedrontar estudantes, pais e professores que apoiam o movimento de ocupação, cerceando suas liberdades democráticas e principalmente incentivando a desocupação das escolas com violência.”, denuncia o texto.

A nota ainda faz referência à reunião que ocorreu no último domingo (23) com representantes do Governo do Estado e cerca de 300 pais, diretores de escolas, professores e integrantes de grupos da direita - caso do MBL -  para discutir medidas contra as ocupações. Participaram o chefe da Cada Civil, Valdir Rossoni, a secretária de Educação, Ana Seres, o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, secretário de Comunicação Márcio Vilela e o procurador-geral do Estado, Paulo Rosso.

Edição Camilla Hoshino 

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